São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Antes paraíso de argentinos, Floripa atrai mais europeus

Canadenses e americanos também descobrem as praias da capital catarinense

Turistas são jovens em busca de festas e surfe; câmbio desfavorável afasta viajantes que vinham da Argentina

LUIZA BANDEIRA
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Uma espécie de tecla SAP foi acionada em Florianópolis: em Canasvieiras, conhecida como a praia dos argentinos, o espanhol perdeu espaço para o português. Enquanto isso, o inglês é cada vez mais falado na cidade.
A Santur (empresa estadual de turismo) confirma tanto a alta no número de visitantes europeus, americanos e canadenses, quanto a queda no fluxo de argentinos. Ressalta, porém, que eles continuam maioria entre os estrangeiros.
Os novos turistas são jovens e gostam de surfe e badalação. Muitos são mochileiros. Segundo funcionários de albergues, as praias Mole, da Barra, Joaquina e Jurerê Internacional são as preferidas desses visitantes.
O casal australiano Fergus Kavanagh, 25, e Fiona Pearce, 21, nunca tinha ouvido falar da cidade até começar o "mochilão" pela América Latina. "Todo mundo que a gente conheceu dizia que Florianópolis era imperdível", diz Fergus.
Para o americano Joel Aho, 30, que trocou o Rio pela cidade, a segurança é um dos atrativos. "Todos me disseram que o Rio era perigoso, e eu não conseguia explorar a cidade. Aqui vou a todo lugar sem medo", afirma.
Na terça-feira, um turista argentino foi assassinado em Canasvieiras. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, foi o primeiro caso de crime com morte de turista na cidade em dois anos.

HERMANOS
Em Canasvieiras, onde as placas pretas dos carros argentinos predominaram durante anos, o que se vê agora é o cinza das placas brasileiras. Mas onde estão os visitantes argentinos que sempre estiveram por lá?
"O problema é a relação cambial", diz a argentina Alicia Martinez, 50. Há dois anos, o peso argentino valia cerca de R$ 0,65, segundo conversão do Banco Central. Neste ano, vale R$ 0,42.
Proprietária de uma pousada, Ana Luiza Boadoit afirma que, mesmo após a crise no país vizinho, em 2001, o estabelecimento continuava 100% ocupado por argentinos. Agora, porém, metade dos hóspedes são brasileiros.
Segundo o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, o governo vem participando de feiras internacionais para apresentar o destino a europeus, americanos e canadenses.
Walendowsky diz que eles gastam o dobro do que os sul-americanos, em média. "O mochileiro não tem, necessariamente, renda mais baixa."


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