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DOENÇA
Ministério envia R$ 1 mi por dia a governos para combater mosquito
Dengue cai no país, mas em 5 Estados há avanço
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Apesar de ainda ser preocupante, os casos de dengue no Brasil
vem caindo. Em relação a 1998, o
número de casos notificados no
país no ano passado caiu 64%
-de 570.148 para 210.522. Em
1999, o registro da doença já havia
diminuído consideravelmente,
com 211.267 casos.
Enquanto em janeiro deste ano
pelo menos 10 mil pessoas contraíram a doença, no mesmo mês
do ano passado o número de infectados chegou a 24 mil.
Mas em pelo menos cinco Estados -Acre, Amazonas, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins- há
aumento no número de casos de
dengue nos primeiros 30 dias deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
No Acre, foram registrados
1.241 casos, contra apenas 3 em janeiro do ano passado. No Rio, o
número passou de 205 para 794;
no Amazonas, subiu de 844 para
2.252; em Roraima, foi de 110 para
408; no Tocantins, de 46 para 112.
No Amazonas, a dengue hemorrágica causou a morte de uma
menina de 10 anos. Autoridades
sanitárias ainda investigam a possibilidade de três casos desse tipo
mais grave da doença no Acre.
Há surto de dengue em São
Paulo, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Norte,
Rio de Janeiro e Tocantins, de
acordo com a Funasa (Fundação
Nacional de Saúde).
Para enfrentar a doença, o governo federal repassa todos os
dias a prefeituras e Estados cerca
de R$ 1 milhão. Desde maio passado, com a descentralização das
ações de saúde, Estados e municípios passaram a cuidar da prevenção e do combate às doenças.
Desde o início do ano, 50 homens do Exército, ao lado de
agentes da Secretaria da Saúde
acreana, trabalham em campanhas contra a doença.
Soldados também começaram a
ajudar no combate à doença, em
Boa Vista, capital de Roraima.
Para o presidente da Fundação
de Medicina Tropical do Amazonas, Wilson Alecrim, apesar do
registro atual de 98 casos por dia,
em média, existe uma tendência
de estabilidade dos casos de dengue em Manaus, se comparado a
janeiro de 1999, quando foram registrados 3.109 casos.
Pela primeira vez na Amazônia,
o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e a Funasa
estudam usar uma bactéria para
eliminar os focos do mosquito.
No Tocantins, de acordo com a
Secretaria da Saúde, o número de
infectados em janeiro deste ano
poderá aumentar, pois ainda há
dados a serem contabilizados.
A falta de uma ação preventiva
adequada seria a principal causa
da proliferação do Aedes aegypti.
Cerca de 90% dos mosquitos têm
origem nas casas, por meio de depósitos de água e lixo doméstico.
A intensificação da transmissão
e a ocorrência de surtos sem a
adoção de medidas de controle
são causadas, segundo a Funasa,
pela omissão de algumas governos estaduais que notificam tardiamente a chegada do mosquito.
Na opinião do ministro da Saúde, José Serra, as administrações
municipais também são responsáveis por eventuais focos. "Agora, no verão, em um país tropical,
com chuvas, o mosquito tende a
voltar. Onde os prefeitos não
atuaram bem com os recursos
que tinham, a dengue volta."
Ceará, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Minais Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rondônia e
Roraima estão em débito com a
Funasa em relação à entrega de
relatórios atualizados.
Até agora, apenas Acre, Distrito
Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Norte e São Paulo repassaram à Funasa os dados de janeiro de 2001. A Agência Folha
obteve os números do Amazonas,
de Roraima e do Tocantins nas
Secretarias da Saúde dos Estados.
Colaboraram ANDRÉA DE LIMA,
EDUARDO DE OLIVEIRA, FERNANDA
KRAKOVICS e KÁTIA BRASIL
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