São Paulo, terça-feira, 07 de fevereiro de 2006

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Para ministro, método de ensino deve ser revisado

DA SUCURSAL DO RIO

Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, a ampliação do ensino fundamental para nove anos exigirá do MEC uma revisão dos Parâmetros Curriculares Nacionais, instrumento por meio do qual o MEC indica aos profissionais de educação quais são as habilidades e competências esperadas para cada série. Haddad diz também que será preciso rever os métodos de alfabetização de crianças usados no Brasil. Veja trechos de sua entrevista à Folha.
 

Folha - Como evitar que crianças de seis anos sejam expostas a um ciclo precoce de fracasso escolar?
Fernando Haddad -
Esse é um debate extenso. Já pedi à Secretaria de Educação Básica uma imediata discussão sobre os PCNs [Parâmetros Curriculares Nacionais]. Eles precisam ser revistos. Os parâmetros são aprovados pelo Conselho Nacional de Educação e estabelecem as habilidades e competências que são esperam de um aluno em cada série. Há uma discussão que precisa ser feita sobre os métodos de alfabetização de crianças no Brasil. Há defensores do método fônico [usado na maioria dos países desenvolvidos] e do método total [muito usado no Brasil].

Folha - Quais as conseqüências imediatas da ampliação?
Haddad -
Todas as análises feitas sobre alfabetização mostram que, a partir dos cinco anos, a criança já tem condições de iniciar a alfabetização. Aos seis, é fundamental que ela já tenha iniciado o processo. A primeira conseqüência da lei é que a educação a partir dos seis anos passa a ser obrigatória.

Folha - Muitos Estados e prefeituras matriculam crianças de seis anos apenas para ter mais recursos do Fundef. Como prevenir isso?
Haddad -
A ampliação do ensino fundamental e a aprovação do Fundeb [fundo que substituirá o Fundef e ampliará o financiamento para todos os níveis de ensino] neutraliza esse movimento, que ocorre em alguns municípios. Isso porque as prefeituras e Estados serão remunerados pelos alunos que entram na primeira série do ensino fundamental e porque o Fundeb amplia o financiamento também para a creche e pré-escola. A partir do momento em que se reestrutura o financiamento de todo o sistema, e não apenas de uma etapa, haverá estímulo para que os prefeitos matriculem também crianças de 0 a 5 na creche e pré-escola.


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