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ENSINO SUPERIOR
Desde 2003, apenas o pagamento dos docentes era parcelado; instituição tem dívida de R$ 82 milhões
PUC agora atrasa salário de funcionários
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase três anos, a PUC-SP
voltou a atrasar parte do pagamento dos seus funcionários, resultado da pior crise financeira da
universidade. Desde 2003, só o salário dos docentes era parcelado.
A instituição tem uma dívida
bancária de R$ 82 milhões e um
déficit mensal de R$ 4 milhões.
Ontem, a reitoria depositou
apenas R$ 1.100, referentes ao mês
de janeiro, para cada um dos trabalhadores da instituição, independentemente do cargo ou do
salário total. Estimativa da Afapuc
(sindicato dos funcionários)
aponta que 65% da categoria recebe acima desse valor. No corpo
docente, a maioria ganha entre R$
4.000 e R$ 10 mil.
A reitoria informou que atrasou
os salários da maioria dos trabalhadores da universidade porque
precisou pagar R$ 4,7 milhões aos
bancos neste mês, referente a uma
parcela dos juros da dívida.
A folha de pagamento representa 94% da receita da instituição.
Por meio de nota, a reitora da
PUC, Maura Véras, afirmou que
se fosse pago integralmente o salário dos funcionários, haveria "a
situação inédita da parcela dedicada à folha docente ser próxima
de zero". Ou seja, não haveria recursos para o pagamento, nem
mesmo parcial, dos professores.
Véras disse que deve depositar o
restante do pagamento dos funcionários até a próxima segunda,
e o dos professores, até o fim do
mês. "Estamos promovendo todos os ajustes financeiros necessários para equacionar a situação
financeira da universidade."
O sindicato dos funcionários
marcou para amanhã uma assembléia em que será votada a paralisação das atividades como forma de protesto. "Uma universidade que já cortou R$ 3,2 milhões
em folha de pagamento não pode
atrasar salário", disse o presidente
da Afapuc, Anselmo Antonio da
Silva. Ele se refere à reestruturação pela qual passa a universidade. Desde o começo da gestão da
reitora Véras, iniciada no final de
2004, 299 dos cerca de 1.300 funcionários foram demitidos (número não confirmado pela reitoria). A entidade cortará ainda 10%
dos cerca de 1.900 professores.
Na semana passada, ao apresentar os resultados para o Conselho
Universitário (principal órgão da
instituição), a reitora disse que os
cortes foram definidos após análise dos próprios departamentos.
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