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TRAGÉDIA
Organizadores da apresentação do grupo RBD, que resultou em 3 mortes, também não tinham autorização da prefeitura
Local de show não tinha aval dos bombeiros
LUÍSA BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os organizadores da apresentação do grupo musical mexicano
RBD, em São Paulo, não tinham
atestado de vistoria do Corpo de
Bombeiros nem autorização do
Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) para o
evento. O departamento é ligado à
Secretaria da Habitação.
Os responsáveis também não
contavam com alvará de autorização para o evento, segundo informou o subprefeito local, José Augusto da Silva Ramos.
A apresentação acabou em tragédia no sábado no estacionamento do shopping Fiesta, na zona sul. Três pessoas morreram pisoteadas e cerca de 40 ficaram feridas durante um tumulto.
Os responsáveis pela apresentação tem até hoje para apresentar
defesa quanto às irregularidades
identificadas. A multa prevista
por não solicitação do alvará pode
chegar a R$ 1.400.
Segundo testemunhas, a confusão começou quando as pessoas
que estavam perto do palco começaram a ser empurradas por
quem estava atrás. De acordo
com a Polícia Civil, havia entre 15
mil e 20 mil pessoas no local.
Em nota, a PM disse que a grade
que separava o público do palco
cedeu e várias pessoas foram pisoteadas. Um depoimento dado
ontem à polícia confirmou que
houve queda de parte da grade.
O depoimento contradiz a informação dos organizadores de
que "a estrutura não sofreu alterações e permaneceu intacta".
Questionada ontem, a organização manteve a versão inicial.
O evento foi patrocinado pelo
Hipermercado Extra, do grupo
Pão de Açúcar, e pela gravadora
EMI. A assessoria de imprensa do
shopping diz que apenas cedeu o
espaço para a apresentação.
Em nota, a assessoria do Pão de
Açúcar disse que determinou a
abertura de sindicância interna
para apurar as circunstâncias relacionadas à participação do Hipermercado Extra no evento. A
gravadora EMI não quis se pronunciar sobre o caso.
A polícia começou a ouvir ontem testemunhas. O delegado Roberto da Silva Moreno disse que,
se for comprovada a responsabilidade dos organizadores, eles podem ser indiciados por homicídio
culposo (quando não há intenção
de matar) e lesão corporal. O Ministério Público instaurou inquérito ontem para apurar o caso.
Colaboraram AMARÍLIS LAGE, da Reportagem Local, e o "AGORA"
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