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Interdição em Congonhas irá afetar 40% dos vôos
Segundo o governo, 10 mil passageiros serão prejudicados; Anac e Infraero já recorreram
Juiz federal vetou o pouso
de Boeings 737-700 e 737-800 e de Fokkers-100 no
local; medida deverá entrar
em vigor a partir de amanhã
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 10 mil passageiros e aproximadamente 40%
dos vôos do aeroporto de Congonhas (zona sul de SP) serão
afetados diariamente com a decisão da Justiça Federal que
impede, a partir da 0h de amanhã, o pouso e decolagem de
Boeings 737-700 e 737-800 e de
Fokkers-100 no local.
A Agência Nacional de Aviação Civil e a Infraero, estatal
que administra os aeroportos,
recorreram ontem da interdição parcial da pista principal de
pouso de Congonhas (zona sul
de SP). Apontaram equívocos
técnicos na decisão.
A Anac já admite utilizar ônibus para substituir vôos domésticos. "A palavra caótica é
complicada, mas concordo com
ela em parte", disse o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, ao falar da
possível interdição.
Ontem, Pereira participou de
reunião com o ministro da Defesa, Waldir Pires, e com a diretora da Anac, Denise Abreu. De
largada, concluíram que 16,7%
dos usuários diários de Congonhas ficariam sem avião.
Na avaliação do governo,
quatro a cada dez vôos que chegam ou saem de Congonhas são
das aeronaves vetadas. São 629
pousos e decolagens diários.
O governo deverá apresentar
recursos ao juiz do caso e ao
Tribunal Regional Federal de
São Paulo. Segundo Pereira, o
juiz, que escolheu os aviões
com base em sua capacidade de
frenagem em dias de chuva,
não levou em conta o uso de
turbinas durante o pouso. Além
disso, afirma, a interdição parcial vale para horários com e
sem chuva, quando os problemas só ocorrem quando chove.
O governo diz estimar que o
aeroporto de Guarulhos absorveria apenas 20% da demanda
de Congonhas e o de Viracopos,
em Campinas, outros 2%.
O superintendente da regional Sudeste da Infraero, Edgar
Brandão Júnior, disse que os
dois aeroportos devem conseguir atender a demanda de passageiros gerada pela proibição
de pousos em horários hoje
ociosos. O problema é as empresas aéreas aceitarem alterações de pousos e decolagens.
"Estamos preparados. Agora
depende das companhias e da
Anac", afirmou Brandão.
Nos ofícios à Justiça, a Anac
propõe a transferência do pouso das aeronaves para Guarulhos em caso de chuva e a redução na ocupação dos aviões (o
que reduz o peso das aeronaves
durante a frenagem) como saídas para evitar a interdição.
Segundo Brandão, a Infraero
estuda fazer uma contratação
emergencial (sem licitação),
para acelerar a reforma da pista
principal de Congonhas.
Caso o contrato emergencial
não se concretize, não há previsão para o início das obras. O
edital para a licitação só deve
ser concluído hoje. Depois disso, a Infraero tem até 45 dias
para publicá-lo, mas não há data para começar a reforma.
As obras da pista auxiliar
aguardam liberação da Anac e
têm previsão de começar em 27
de fevereiro, apesar de terem
sido licitadas em 2003. Para
Adalberto Febeliano, da Associação Brasileira de Aviação
Geral, se mantida a proibição, a
pista auxiliar, menor do que a
principal, poderá ser alternativa para o pouso dos Fokkers-100 e dos Boeings 737-700,
aviões mais leves.
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