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Secretaria irá investigar se houve erro
Objetivo é apurar se ocorreu falha na identificação do megatraficante Santamaría, que dizia ser mineiro
Denarc não comenta prisão; delegado do Deic disse que traficante "emagreceu muito" desde que fugiu
da Espanha em 2001
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria da Segurança
Pública afirmou ontem que irá
apurar se houve erro na identificação do criminoso Carlos
Ruiz Santamaría, o "El Negro",
em sua primeira prisão pelo
Denarc (Departamento de Narcóticos), no ano passado.
Segundo a secretaria, um relatório será encaminhado à
Corregedoria da Polícia Civil. O
Denarc, responsável pela prisão, não se manifestou.
Já a Secretaria da Administração Penitenciária, que abrigou o preso por nove meses em
um de seus CDPs, disse que é a
pasta da Segurança Pública
quem faz o trabalho de identificação dos presos. Às suas unidades, diz a SAP, cabe apenas
receber os presos.
Segundo a agência de notícias internacional EFE, a Espanha pedirá ao Brasil a extradição do narcotraficante. O pedido, porém, ainda não chegou ao
governo brasileiro.
Hipóteses
O delegado Adalberto Barbosa, do Deic (Departamento de
Investigações Sobre o Crime
Organizado), disse ontem não
acreditar em erro da Polícia Civil, que identificou o megatraficante como sendo o mineiro
Manoel Oliveira Ortiz.
De acordo com o delegado,
Santamaría pode ter escondido
o fato de não falar português
usando seu direito constitucional de não se manifestar durante sua prisão, deixando o interrogatório para a fase judicial do
caso. Ele sugeriu ainda que o
megatraficante pode ter ficado
calado durante todo o tempo
em que esteve na delegacia.
Todos os presos têm suas impressões digitais comparadas
com os arquivos do IIRGD, o
Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt. Porém, diz o delegado Barbosa, se
a pessoa não tiver antecedentes
criminais ou se não tiver sido
registrada em São Paulo, essa
identificação não pode ser feita.
Como Santamaría alegava
ser mineiro e o nome que usava
não possuía antecedentes, ele
foi preso sem a confirmação papiloscópica -por meio de impressão digital.
As fotos dele quando estava
na Espanha e as de agora são
muito diferentes. "Ele emagreceu muito. Antes, pesava 120
quilos", disse o delegado Wilson Zampieri, do Deic. Ainda
não se sabe se ele fez alguma cirurgia plástica ou se a mudança
de fisionomia foi causada apenas pela perda de peso.
Zampieri disse que Santamaría também é investigado por
ligação com o cartel colombiano de Cali, que comercializa cocaína para diversos países.
Os policiais do Deic também
dizem investigar uma possível
ligação de Santamaría com o
traficante colombiano Juan
Carlos Abadía, que foi preso pela Polícia Federal em 2007.
Mas a PF, que ontem prendeu
outros acusados de pertencer
ao grupo de Abadía, diz não ter
informação que relacione "El
Negro" ao colombiano.
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