São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Juiz obriga UFPR a aceitar aluna recusada por cota racial

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Recusada no sistema de cotas para negros da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Ana Gabriela Clemente da Silva ganhou na Justiça Federal o direito de se matricular no curso de medicina pela alta nota que teve no vestibular deste ano.
Autodeclarada afrodescendente, Ana Gabriela disputou o vestibular pela reserva de 20% de vagas a negros, mas a comissão de avaliação do sistema não viu nela traços característicos da raça e vetou sua matrícula.
A UFPR também negou a ela o direito de ingressar pela nota que obteve. Ana Gabriela fez 711,114 pontos na classificação geral e o último aprovado por esse critério fez 682,577.
A candidata garantiu a matrícula na Justiça por decisão do juiz federal Nicolau Konkel Júnior. A UFPR acatou a ordem, mas está recorrendo.
Para o juiz, o caso da estudante caracteriza o regime de cotas como ""um regime de exclusão", quando a justificativa para sua criação foi a de inclusão no ensino superior público.
Ele também criticou os critérios subjetivos da banca para avaliar se o estudante tem ou não fenótipos da raça negra, conforme exige o edital. Dessa forma, diz, ""o regime de cotas constitui verdadeira loteria para os candidatos".
O coordenador do Núcleo de Acompanhamento Acadêmico da UFPR, professor Robson Tadeu Bolzon, disse que a candidata sabia das condições impostas para o sistema de cotas e que não cumpriu o edital.
""Foi erro dela", afirmou. A Folha não conseguiu falar com Ana Gabriela nem com seu advogado ontem.


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