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Juiz obriga UFPR a aceitar aluna recusada por cota racial
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Recusada no sistema de cotas
para negros da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Ana
Gabriela Clemente da Silva ganhou na Justiça Federal o direito de se matricular no curso
de medicina pela alta nota que
teve no vestibular deste ano.
Autodeclarada afrodescendente, Ana Gabriela disputou o
vestibular pela reserva de 20%
de vagas a negros, mas a comissão de avaliação do sistema não
viu nela traços característicos
da raça e vetou sua matrícula.
A UFPR também negou a ela
o direito de ingressar pela nota
que obteve. Ana Gabriela fez
711,114 pontos na classificação
geral e o último aprovado por
esse critério fez 682,577.
A candidata garantiu a matrícula na Justiça por decisão do
juiz federal Nicolau Konkel Júnior. A UFPR acatou a ordem,
mas está recorrendo.
Para o juiz, o caso da estudante caracteriza o regime de
cotas como ""um regime de exclusão", quando a justificativa
para sua criação foi a de inclusão no ensino superior público.
Ele também criticou os critérios subjetivos da banca para
avaliar se o estudante tem ou
não fenótipos da raça negra,
conforme exige o edital. Dessa
forma, diz, ""o regime de cotas
constitui verdadeira loteria para os candidatos".
O coordenador do Núcleo de
Acompanhamento Acadêmico
da UFPR, professor Robson
Tadeu Bolzon, disse que a candidata sabia das condições impostas para o sistema de cotas e
que não cumpriu o edital.
""Foi erro dela", afirmou. A
Folha não conseguiu falar com
Ana Gabriela nem com seu advogado ontem.
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