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Kassab propõe aumento para professores
Proposta da prefeitura prevê aumentar o salário-base dos funcionários da educação por incorporação de gratificações
Para entrar em vigor neste ano, medida tem de ser aprovada pela Câmara até o mês que vem; sindicatos criticam percentual e prazos
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) apresentou ontem aos servidores da educação
proposta de melhoria salarial a
ser implementada ainda em
2008, ano eleitoral. O projeto
prevê aumentar o salário-base
de professores e funcionários
em 15% por incorporação de
gratificações -ou seja, parte do
salário via bonificações será
transferida para o vencimento
básico.
A medida beneficiará os cerca de 19 mil aposentados da rede de ensino, cujos salários são
pagos a partir do salário-base.
Para os servidores da ativa,
cujos vencimentos incluem o
básico e as gratificações, o benefício será o aumento da proporção dos rendimentos fixos,
que não podem ser reduzidos -
as gratificações podem ser diminuídas ou extintas.
Outra vantagem para os profissionais ativos é que alguns
benefícios, como qüinqüênios
(reajuste a cada cinco anos), incidem sobre o salário-base.
As gratificações não são incorporadas aos salários desde
meados de 1990. Já no vencimento básico, os reajustes nos
últimos dois anos não chegam a
1% (houve só bonificações).
A proposta do governo prevê
ainda outras duas parcelas de
incorporação, a serem feitas
em 2009 e 2010. No final do
processo, o aumento do salário-base chegaria a 37,5%.
O piso salarial dos professores é de R$ 950 (jornada de 20
horas semanais). Não há previsão de reajuste direto para professores e funcionários da ativa. A Educação possui 71 mil
servidores.
Para entrar em vigor neste
ano, a proposta tem de ser
aprovada pela Câmara Municipal até o mês que vem. Após o
prazo, a mudança será vetada
pela lei eleitoral.
Os sindicatos dizem que houve avanço da prefeitura, por
planejar a incorporação, mas
criticam os percentuais e os
prazos. Em geral, pedem que a
primeira parcela seja de 25%.
Além disso, querem que as
demais parcelas sejam incorporadas em um prazo menor e
que haja reajuste real para os
servidores da ativa.
"A prefeitura diz que melhorou a gestão, economizou recursos. Assim, podem melhorar a proposta", disse a vice-presidente do Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal), Marisa Lage Albuquerque.
"Sem aumento para os ativos,
não aceitamos a proposta", disse o presidente da Aprofem
(Sindicato dos Professores e
Funcionários Municipais), Ismael Palhares Jr. Posição semelhante adotou o Sinpeem,
outro sindicato da categoria.
As bases da proposta foram
passadas à Folha pelos três
sindicatos. A Secretaria de Gestão afirmou apenas que as negociações continuarão.
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