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DATAFOLHA
Secretário de Comunicação disse que levantamentos feitos pela prefeitura mostram melhora na avaliação de Marta
Governo afirma que aprovação aumentou
DA REPORTAGEM LOCAL
Procurado para comentar a
mais recente pesquisa Datafolha,
o governo Marta Suplicy (PT) optou por se basear em pesquisas internas -que não são divulgadas à
população e são encomendadas e
realizadas pela própria administração- para refutar a possibilidade de a gestão petista ter recebido sua pior avaliação desde 2001.
"O governo não está piorando.
Ele está melhorando. Ele está
saindo de uma situação difícil e
indo para uma situação um pouco melhor", avalia o secretário de
Comunicação da Prefeitura de
São Paulo, José Américo Dias,
contestando o último levantamento feito pelo Datafolha.
"O governo recebe o resultado
de pesquisas de fluxo [quando os
entrevistados são abordados na
rua, como fez o Datafolha" com
reserva. Não com relação a qualquer problema ético, não estamos
falando de ética, de manipulação
nem de distorção. Nós recebemos
o resultado com reserva porque
esse método, na nossa opinião,
não é capaz de captar toda a diversidade que é São Paulo."
O argumento de que o secretário lança mão se baseia no fato de
a administração fazer pesquisas
por telefone. "As nossas pesquisas
são domiciliares. Nós achamos
que as pesquisas de fluxo têm dificuldade para pegar a senhora ou o
senhor que, de repente, é alvo dos
projetos sociais da prefeitura e
que não circula na cidade", diz.
De acordo com essa lógica, o
grupo beneficiado por ações sociais -exemplificado por Dias
como aqueles que vivem nos
"fundões" da cidade ou estão desempregados- acaba não sendo
abordado para responder a pesquisas e, assim, não manifesta sua
eventual opinião de que o governo petista vai bem.
Levantamento próprio
Segundo o secretário de Comunicação, um levantamento realizado no mês passado pela prefeitura indica que a gestão Marta Suplicy tem a aprovação de 44% dos
moradores da capital paulista. O
índice de reprovação, segundo a
mesma pesquisa, chegaria a 43%.
Em fevereiro, de acordo com o
secretário petista, esses índices
eram de 41% e 47%, respectivamente. Ou seja: de um mês para o
outro, teria ocorrido o aumento
de três pontos percentuais da
aprovação e queda de quatro
pontos percentuais da reprovação
-os dados não podem ser comparados aos do Datafolha devido
à metodologia diferente adotada.
"Os nossos "trackings" anteriores mostraram que, no começo do
ano, em função das [novas" taxas,
enchentes, greve de ônibus etc., o
governo realmente passou por
um momento difícil. [Só que" ele
se encontra em fase de recuperação", sustenta Dias.
Questionado sobre a possibilidade de, exclusivamente com base nos dados do Datafolha, comentar a razão de a administração municipal ter recebido sua
pior avaliação, Dias, reiteradas vezes, se recusou a fazê-lo. "Não
posso ter dois pesos e duas medidas. Não posso partir de um princípio de que estamos vivendo
uma situação de recuperação e,
depois, comentar uma coisa que
mostra o contrário."
(JOÃO CARLOS SILVA)
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