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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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TRANSPORTE

Condutores protestam contra fechamento de viações de ônibus e demissão de 10 mil; rodízio pode ser suspenso

Motoristas prometem greve geral hoje

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo prometem começar uma greve geral hoje, por tempo indeterminado, contra a demissão de 10 mil trabalhadores (20% da categoria) de nove viações paulistanas que foram descredenciadas pela prefeitura.
A paralisação deverá prejudicar 3,7 milhões de passageiros. Ela foi decidida em assembléia no sindicato, anteontem à noite, com a presença de 2.000 condutores.
O secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, se reuniu ontem com perueiros e motoristas de ônibus do sistema bairro-a-bairro para tentar implantar um sistema emergencial. Ele disse que, se a greve geral for concretizada, haverá a suspensão do rodízio municipal de veículos, do estacionamento zona azul e da proibição de tráfego nos corredores exclusivos.
Tatto disse ter protocolado, com apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), uma queixa-crime contra a direção do sindicato dos motoristas. Ele alega que a ação da entidade é "violenta", visa impedir a implantação do novo modelo de transporte e manter "os maus empresários".
O secretário reconhece que haverá corte, mas diz que parte dos 10 mil (não detalha quantos) será absorvida pelos futuros operadores. Quando as regras do novo modelo de transporte foram anunciadas, em julho de 2002, a gestão Marta Suplicy (PT) prometia que não haveria demissões.
Os protestos dos trabalhadores começaram anteontem, quando a SPTrans (empresa municipal que cuida do setor) fechou cinco garagens que estavam sob intervenção (Expresso América do Sul, Parelheiros, Santa Bárbara, Cidade Tiradentes e São Judas) e duas que estavam sob auditoria (Serra Negra e Marazul). A prefeitura também impediu a circulação da Viação América do Sul, que não participa da concorrência, e da Solution Bus, que não foi habilitada.
Os motoristas tomaram as garagens e colocaram na rua parte da frota das nove viações -que detêm 2.000 ônibus, 20% do total. A SPTrans apreendeu 30 deles.
A prefeitura diz que as áreas que elas atendiam (principalmente as zonas sul e leste) terão veículos das demais empresas, de perueiros e do sistema bairro-a-bairro. Das 1.400 linhas, porém, 300 foram excluídas -sob a alegação de que estariam sobrepostas.



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