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TRANSPORTE
Condutores protestam contra fechamento de viações de ônibus e demissão de 10 mil; rodízio pode ser suspenso
Motoristas prometem greve geral hoje
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo prometem começar uma greve geral hoje, por
tempo indeterminado, contra a
demissão de 10 mil trabalhadores
(20% da categoria) de nove viações paulistanas que foram descredenciadas pela prefeitura.
A paralisação deverá prejudicar
3,7 milhões de passageiros. Ela foi
decidida em assembléia no sindicato, anteontem à noite, com a
presença de 2.000 condutores.
O secretário dos Transportes,
Jilmar Tatto, se reuniu ontem
com perueiros e motoristas de
ônibus do sistema bairro-a-bairro
para tentar implantar um sistema
emergencial. Ele disse que, se a
greve geral for concretizada, haverá a suspensão do rodízio municipal de veículos, do estacionamento zona azul e da proibição de
tráfego nos corredores exclusivos.
Tatto disse ter protocolado,
com apoio da OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), uma queixa-crime contra a direção do sindicato dos motoristas. Ele alega
que a ação da entidade é "violenta", visa impedir a implantação
do novo modelo de transporte e
manter "os maus empresários".
O secretário reconhece que haverá corte, mas diz que parte dos
10 mil (não detalha quantos) será
absorvida pelos futuros operadores. Quando as regras do novo
modelo de transporte foram
anunciadas, em julho de 2002, a
gestão Marta Suplicy (PT) prometia que não haveria demissões.
Os protestos dos trabalhadores
começaram anteontem, quando a
SPTrans (empresa municipal que
cuida do setor) fechou cinco garagens que estavam sob intervenção
(Expresso América do Sul, Parelheiros, Santa Bárbara, Cidade Tiradentes e São Judas) e duas que
estavam sob auditoria (Serra Negra e Marazul). A prefeitura também impediu a circulação da Viação América do Sul, que não participa da concorrência, e da Solution Bus, que não foi habilitada.
Os motoristas tomaram as garagens e colocaram na rua parte da
frota das nove viações -que detêm 2.000 ônibus, 20% do total. A
SPTrans apreendeu 30 deles.
A prefeitura diz que as áreas que
elas atendiam (principalmente as
zonas sul e leste) terão veículos
das demais empresas, de perueiros e do sistema bairro-a-bairro.
Das 1.400 linhas, porém, 300 foram excluídas -sob a alegação
de que estariam sobrepostas.
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