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VIOLÊNCIA
Um telefonema anônimo indicou a clínica em SP onde Marcos Fonseca havia se internado meia hora antes da prisão
Acusado de matar a mãe a pancadas é preso
DO "AGORA"
Após um telefonema anônimo,
policiais do 22º Batalhão da Polícia Militar prenderam, às 15h30
de ontem, o desempregado Marcos Fonseca, 38, acusado de matar
a mãe a pancadas, na noite da última quarta-feira, em Moema
(bairro nobre da zona sul de SP).
Fonseca foi localizado na Clínica de Recuperação Granja Julieta
(também na zona sul), onde chegara meia hora antes de ser capturado. No local, já estiveram internados o cirurgião plástico Farah
Jorge Farah, acusado de matar e
esquartejar uma paciente, e o jornalista Antônio Pimenta Neves,
acusado de matar sua ex-namorada, a jornalista Sandra Gomide.
Segundo o sargento Vladimir
Pereira da Silva, funcionários da
clínica tentaram impedir a entrada dos seis policiais que participaram da prisão, mas cederam diante da gravidade da acusação.
Quando Fonseca foi preso, o pai
dele, o bancário aposentado Raul
Fonseca, 69, um irmão mais novo
do acusado e um tio dele estavam
na porta da clínica.
A namorada do acusado, Sandra Lia Lourenço, acusada de co-autoria do crime e solta por um
habeas corpus na noite de sábado,
chegou a declarar que, na última
vez que vira o desempregado, ele
estava com o pai. Mas a promessa
da família e do advogado do acusado era apresentá-lo à polícia
apenas nesta semana.
Ainda segundo o policial Silva,
Fonseca exalava um forte cheiro
de bebida alcoólica e tentou resistir à prisão, simulando, com uma
escova de dentes na cintura, estar
armado com um revólver.
Até o início da noite de ontem,
Fonseca continuava no 11º DP
(Santo Amaro), para onde foi
conduzido após a prisão.
Sem explicação
Segundo a delegada Joana
D'Arc de Oliveira, ele se negou a
falar sobre o assassinato e a explicar os motivos do crime contra a
própria mãe, a bancária aposentava Elisa Fristashi, 72.
Um sócio do pai de Fonseca,
identificado apenas como Wilson, disse que, desde que cometeu
o crime, o acusado vinha negociando com o pai sua entrega à
polícia. Ele também disse que, nos
momentos em que teve contato
com Fonseca, no 11º DP, o acusado admitiu ter ingerido, desde a
morte de sua mãe, mais de seis litros de bebida alcoólica.
"Eu tenho certeza de que ele tem
problemas com álcool há mais de
20 anos, mas não tenho certeza de
que ele consome cocaína como as
pessoas estão dizendo por aí", disse Wilson. A informação de que o
acusado é viciado em drogas foi
divulgada pela polícia e atribuída,
pelos policiais, ao pai de Fonseca.
O pai teria dito aos investigadores
que, depois do crime, o filho foi à
sua casa para pedir dinheiro.
Uma perícia realizada no local
do crime indicou que o acusado
teria utilizado um vaso de plantas
para bater na cabeça da mãe. Em
seguida, Fristashi teria sido arrastada para o banheiro, onde sofreu
novas agressões na cabeça -dessa vez pancadas contra a banheira
e o assento da privada.
Um vizinho disse que, após ouvir os gritos da aposentada, o local
ficou em silêncio. Fonseca teria
tomado banho e fugido, deixando
os cômodos revirados e com muitas marcas de sangue. Há digitais
do desempregado no apartamento, de acordo com a polícia.
Processo criminal
Alberto Zacharias Toron, professor de direito penal da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica), afirmou que Fonseca perdeu
"pontos" no processo criminal.
"Quando se apresenta voluntariamente, a pessoa tem um crédito a favor dela, pois mostra claramente que se submeterá à ordem
do juiz e à lei penal. Se ela é pega
antes, ela perde esse crédito."
Na soma de pontuações, diz Toron, o fato de Fonseca ter sido
preso em uma clínica médica poderá contar a seu favor. O juiz poderá pedir um avaliação. Caso seja comprovado algum comprometimento mental, em vez de ser
mantido preso, ele será levado para um lugar mais apropriado para
ser tratado.
Colaborou a Reportagem Local
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