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Com 10 mil moradias em risco, prefeitura removeu apenas 750
ITALO NOGUEIRA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Com dez mil casas em áreas
de risco, o prefeito do Rio,
Eduardo Paes (PMDB), defendeu a remoção de moradores e
atacou "demagogos de plantão"
que condenam a prática.
A meta da administração é
reassentar 15 mil famílias até
2012, incluindo também casas
em locais insalubres ou ilegais.
Em um ano de mandato, a
prefeitura retirou dessas áreas
750 famílias, mas elas ainda
aguardam uma casa e recebem
provisoriamente aluguel social.
"Os demagogos de plantão,
toda vez que se fala em reassentamento, só aparecem na hora
da seca", afirmou Paes.
A maioria das mortes na capital ocorreu em áreas mapeadas como de risco. Mas a Defesa
Civil reconhece que houve vítimas em regiões não mapeadas.
Segundo dados do Instituto
Pereira Passos, as áreas ocupadas por favelas avançaram 6,9%
entre 1999 e 2008. A estimativa, porém, é que o crescimento
populacional foi maior, em razão das construções verticais.
O governador do Rio, Sérgio
Cabral Filho (PMDB), disse
que a tragédia foi agravada por
ocupações irregulares. "Nada
justifica essa incapacidade do
poder público de impedir construção em áreas de risco."
Intensidade atípica
Segundo o engenheiro Paulo
Cesar Rosman, professor da
Coppe/UFRJ, a intensidade da
chuva foi semelhante à de um
terremoto ou um furacão de
grandes proporções e não há
obra de engenharia capaz de
conter os estragos.
O professor pondera, porém,
que vidas poderiam ser poupadas se as encostas estivessem a
salvo da ocupação irregular.
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