São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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Com 10 mil moradias em risco, prefeitura removeu apenas 750

ITALO NOGUEIRA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Com dez mil casas em áreas de risco, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), defendeu a remoção de moradores e atacou "demagogos de plantão" que condenam a prática.
A meta da administração é reassentar 15 mil famílias até 2012, incluindo também casas em locais insalubres ou ilegais.
Em um ano de mandato, a prefeitura retirou dessas áreas 750 famílias, mas elas ainda aguardam uma casa e recebem provisoriamente aluguel social.
"Os demagogos de plantão, toda vez que se fala em reassentamento, só aparecem na hora da seca", afirmou Paes.
A maioria das mortes na capital ocorreu em áreas mapeadas como de risco. Mas a Defesa Civil reconhece que houve vítimas em regiões não mapeadas.
Segundo dados do Instituto Pereira Passos, as áreas ocupadas por favelas avançaram 6,9% entre 1999 e 2008. A estimativa, porém, é que o crescimento populacional foi maior, em razão das construções verticais.
O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse que a tragédia foi agravada por ocupações irregulares. "Nada justifica essa incapacidade do poder público de impedir construção em áreas de risco."

Intensidade atípica
Segundo o engenheiro Paulo Cesar Rosman, professor da Coppe/UFRJ, a intensidade da chuva foi semelhante à de um terremoto ou um furacão de grandes proporções e não há obra de engenharia capaz de conter os estragos.
O professor pondera, porém, que vidas poderiam ser poupadas se as encostas estivessem a salvo da ocupação irregular.


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