São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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Rio poupa em drenagem e investe em encosta

DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio de Janeiro reduziu entre os anos de 2008 e 2009 os gastos com implantação de novas estruturas de macrodrenagens na cidade.
A redução é da ordem de 65%, de acordo com o levantamento do gabinete de Andrea Gouveia Vieira (PSDB), vereadora que faz oposição ao prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O mesmo levantamento, no entanto, indica que houve uma alta de 48,6% nas despesas com medidas voltadas a evitar deslizamentos e monitorar encostas -especialistas ouvidos pela Folha dizem, no entanto, que esse monitoramento é falho.
Houve alta também, de acordo com os dados levantados pela parlamentar tucana, nos gastos com manutenção e limpeza de bueiros: cerca de 39%.
A maioria das mortes de ontem ocorreu em razão de deslizamentos de barrancos. Mas os alagamentos pararam a cidade.
A maior queda de gastos a partir do primeiro ano de gestão de Paes ocorreu na área de planejamento de novas estruturas de macrodrenagens, canalização de rios e outras obras para melhorar os escoamentos das águas de rios do município.
Para Gouveia Vieira, o prefeito não pode ser culpado em razão da situação em que encontrou a cidade. Mas diz que ele precisa planejar investimentos.
"Investiram muito na limpeza de bueiros, o que é bom. Mas se não cuidar das bacias hidrográficas, do escoamento das águas fluviais, não adianta porque a cidade precisa de um conjunto de medidas", afirma ela.
A prefeitura diminuiu a taxa de investimentos no ano passado para 3%, temendo a crise financeira internacional -a média histórica é de 10%.
"Cautela era sempre bom, mas falta planejamento. O prefeito vai ter que se planejar", afirma a vereadora do PSDB.
De acordo com os dados, o gasto feito com a implantação de novas macrodrenagens caiu de R$ 36 milhões em 2008 para R$ 12 milhões em 2009.

Outro lado
Paes afirma que há planos da prefeitura de macrodrenagem contratados para a baixada de Jacarepaguá, principal bacia hidrográfica da cidade.
"Há um conjunto de intervenções acontecendo na cidade e uma série em licitação para acontecer", disse ontem o prefeito. Paes afirmou, no entanto, esta não era uma boa hora para se preocupar "com números".
"São números que não vou me preocupar em levantar hoje. Não vou ficar em guerrinha de números nem alimentar urubus, corvos da desgraça alheia. Essa questão de números, quem é culpado e quem não é. A prefeitura vai dar as informações quando a situação estiver estabilizada", disse.
(ITALO NOGUEIRA)


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