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Três cidades proíbem uso de "pulseiras do sexo" em escolas
Veto a acessório é motivado por denúncias de violência sexual
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
Pelo menos três cidades já
proibiram o uso das "pulseiras
do sexo" entre alunos das escolas da rede municipal. Na maior
delas, em Manaus, a Secretaria
Municipal de Educação decidiu
ontem o veto dos adereços de
plástico nas 450 instituições de
ensino após a morte de duas jovens que usavam o produto.
A polêmica em torno do uso
das pulseiras se intensificou na
semana passada, quando foi divulgado o caso de uma menina
de 13 anos que teria sido estuprada em Londrina (379 km de
Curitiba) por causa do produto.
Na cidade paranaense, a polícia apura se ela foi violentada
por incentivo do "jogo das pulseiras". Nele, quem arrebenta o
acessório recebe uma retribuição sexual da dona do adereço
que varia de acordo com a cor
do produto -se for roxa, vale
beijo de língua; preta, sexo, entre outras possibilidades.
Em Manaus, a polícia também investiga a relação de três
casos com o uso das pulseiras.
Em dois deles, jovens que usavam os adereços foram mortas.
Ao proibir as pulseiras nas
escolas municipais de Manaus,
onde estudam 240 mil alunos,
o secretário de Educação, Vicente Nogueira, disse que a decisão foi uma precaução. Segundo ele, nenhum caso de
agressão contra meninas foi registrado dentro das escolas da
rede. "Não queremos [porém]
que os diretores das escolas
transformem isso (a proibição)
num cavalo de batalha, mas que
faça disso um momento de
orientação", afirmou.
Em Maringá (426 km de Curitiba), a decisão foi inspirada
após a suspeita de estupro da
vizinha Londrina. Lá, a medida
atinge 43 escolas da rede municipal de ensino.
De acordo com a assessoria
da pasta, circulares foram enviadas aos pais dos alunos. Os
comunicados pedem que os
pais ajudem na fiscalização da
medida. Se o aluno insistir em
usar os adereços dentro da escola, os pais serão chamados
para convencer os filhos a retirar a pulseira.
Já na cidade de Navegantes
(95 km de Florianópolis), o uso
da pulseira influenciou na criação de uma lei específica sobre
o assunto. O prefeito Roberto
Carlos de Souza (PSDB) sancionou a lei no início do mês
passado. Ela proíbe o uso da
pulseira nas 47 escolas da rede.
A nova legislação determina
que os educadores se reúnam
com os pais para ajudar na fiscalização e orientação sobre o
comportamento sexual de
crianças e adolescentes. Além
das mortes registradas em Manaus, há outros casos de violência sexual que teriam relação
com as pulseiras. Nos últimos
23 dias, conselhos tutelares da
cidade registraram 14 casos de
agressão e tentativa de violência contra meninas que usavam
os adereços.
(DIMITRI DO VALLE e KÁTIA BRASIL)
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