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MEC atrasa programa de crédito estudantil
Inscrições para financiamento universitário deveriam ter iniciado em março, mas houve atraso devido a problemas burocráticos
A expectativa do governo
Lula é que até 200 mil
estudantes obtenham o
financiamento neste ano;
em 2009, foram 35 mil
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Prevista para começar há um
mês, a inscrição de novos bolsistas no Fies está sem data para iniciar -o programa é a principal forma de financiamento
para universitários do país.
Segundo a Folha apurou,
tem havido dificuldades burocráticas para migrar o sistema
de informações da Caixa Econômica Federal (antiga gestora
dos recursos do programa) para o Ministério da Educação,
conforme prevê lei deste ano.
No Fies, a União financia os
estudos do aluno em universidade privada. O beneficiado paga a dívida após a formatura.
Enquanto o problema entre
o MEC e a Caixa não é resolvido, casos como o do aposentado Pedro Fausto Geremias, 57,
se repetem pelo país.
O filho dele cursa medicina
na Universidade de Mogi das
Cruzes (SP), cuja mensalidade
está na casa dos R$ 3.500. "Ele
só se inscreveu porque achamos que poderia ter o financiamento. Agora, estamos queimando umas reservas."
A expectativa do governo Lula é que até 200 mil estudantes
obtenham o financiamento
neste ano. No ano passado, foram 35 mil -o MEC conta com
o salto devido a mudanças na
regra, que tornaram menos difícil o pagamento da dívida.
"O atraso no Fies aumentará
a inadimplência nas instituições", afirma o diretor executivo do Semesp (sindicato das
universidades privadas de São
Paulo), Rodrigo Capelato.
Prazos
Em 2009, as inscrições começaram no final de março.
Em janeiro deste ano, o ministério divulgou que a abertura
passaria para início de março.
O MEC confirmou apenas
que o programa está atrasado e
que não há previsão para abertura das inscrições. A Caixa disse que cabe ao ministério as informações sobre o tema.
As universidades reclamam
que o sistema eletrônico de inscrição de instituições é instável, o que atrasa o processo. Representantes das escolas negociam com a União a melhoria
dos procedimentos.
Mudança de gestão
Criado em 1999, o Fies sofreu
grandes alterações neste ano,
como a transferência da gestão
do programa, que saiu da Caixa
para o FNDE (Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação), braço operacional do
MEC. Fontes do governo dizem
haver discordâncias entre as
duas instâncias federais.
Segundo o MEC, a administração mudou para que o aluno
possa pedir financiamento em
qualquer momento do ano. Até
então, havia um período fixo
para fazer as solicitações.
O programa foi reformulado
porque havia bolsas não preenchidas (também caiu a taxa de
juros e cresceu o prazo para pagamento da dívida). Os critérios eram considerados muito
rígidos, o que desestimulava os
alunos. Estudantes que contraíam o financiamento tinham
problemas para pagar a dívida.
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