São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Punição adotada foi a suspensão dos direitos políticos do vereador por um ano, a contar de dezembro de 2001

PT estadual revoga a expulsão de Giannazi

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Por 31 votos a 18, o Diretório Estadual do PT revogou, na noite de ontem, a expulsão do vereador Carlos Giannazi, que havia sido aprovada pelo Diretório Municipal do partido no último dia 16.
A expulsão abriu uma crise no partido. Para lideranças petistas, a medida iria prejudicar as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência e de José Genoíno ao governo de São Paulo.
O Diretório Estadual suspendeu os direitos políticos de Giannazi por um ano, contados a partir de 27 de dezembro de 2001, quando ele foi suspenso pela primeira vez, após ter votado contra o projeto da prefeita Marta Suplicy (PT) que incluiu novos gastos na verba da educação. Para Giannazi, a inclusão significou redução de 30% para 25% nos gastos com o setor.
A proposta de suspensão por um ano foi encaminhada pelo presidente estadual do PT, Paulo Frateschi. O Diretório Estadual tem 61 membros, mas nem todos compareceram. Segundo Frateschi, a pena serviria para Giannazi "refletir sobre seu comportamento ético e restabelecer o compromisso com o projeto coletivo de construção partidária".
Para ele, a decisão não desautoriza o Diretório Municipal. "Só fizemos essa proposta porque o Ítalo concordou", disse Frateschi, referindo-se ao presidente municipal do PT, Ítalo Cardoso, que defendeu a expulsão de Giannazi.
O vereador vai analisar a decisão, mas tende a recorrer ao Diretório Nacional. "Foi uma vitória do bom senso e representou grande avanço na discussão política, mas ainda me sinto injustiçado."
Para o deputado federal Ivan Valente (PT), que depôs ontem a favor de Giannazi, a expulsão causou um desgaste no partido, que deveria manter a posição histórica de defender mais verbas para a educação. "Todos saímos desgastados com essa história, mas acredito que a campanha do Lula não foi muito afetada", diz Frateschi.
Diferentemente do ocorrido no Diretório Municipal, o julgamento de ontem teve clima mais ameno: sem manifestantes e com direito a salgadinhos. "Fizemos um apelo para que os companheiros não viessem, porque muitos deles foram ridicularizados no diretório municipal, principalmente pelo secretário Carlos Zarattini [Transportes]", disse Giannazi.
Na ocasião, cerca de 300 pessoas protestaram diante do diretório contra a política educacional de Marta. Após a expulsão, manifestantes invadiram o local, quebraram vidros e arremessaram uma mesa, que acabou atingindo Zarattini.



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