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ADMINISTRAÇÃO
Punição adotada foi a suspensão dos direitos políticos do vereador por um ano, a contar de dezembro de 2001
PT estadual revoga a expulsão de Giannazi
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Por 31 votos a 18, o Diretório Estadual do PT revogou, na noite de
ontem, a expulsão do vereador
Carlos Giannazi, que havia sido
aprovada pelo Diretório Municipal do partido no último dia 16.
A expulsão abriu uma crise no
partido. Para lideranças petistas, a
medida iria prejudicar as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva à
Presidência e de José Genoíno ao
governo de São Paulo.
O Diretório Estadual suspendeu
os direitos políticos de Giannazi
por um ano, contados a partir de
27 de dezembro de 2001, quando
ele foi suspenso pela primeira vez,
após ter votado contra o projeto
da prefeita Marta Suplicy (PT)
que incluiu novos gastos na verba
da educação. Para Giannazi, a inclusão significou redução de 30%
para 25% nos gastos com o setor.
A proposta de suspensão por
um ano foi encaminhada pelo
presidente estadual do PT, Paulo
Frateschi. O Diretório Estadual
tem 61 membros, mas nem todos
compareceram. Segundo Frateschi, a pena serviria para Giannazi
"refletir sobre seu comportamento ético e restabelecer o compromisso com o projeto coletivo de
construção partidária".
Para ele, a decisão não desautoriza o Diretório Municipal. "Só fizemos essa proposta porque o Ítalo concordou", disse Frateschi, referindo-se ao presidente municipal do PT, Ítalo Cardoso, que defendeu a expulsão de Giannazi.
O vereador vai analisar a decisão, mas tende a recorrer ao Diretório Nacional. "Foi uma vitória
do bom senso e representou grande avanço na discussão política,
mas ainda me sinto injustiçado."
Para o deputado federal Ivan
Valente (PT), que depôs ontem a
favor de Giannazi, a expulsão causou um desgaste no partido, que
deveria manter a posição histórica de defender mais verbas para a
educação. "Todos saímos desgastados com essa história, mas acredito que a campanha do Lula não
foi muito afetada", diz Frateschi.
Diferentemente do ocorrido no
Diretório Municipal, o julgamento de ontem teve clima mais ameno: sem manifestantes e com direito a salgadinhos. "Fizemos um
apelo para que os companheiros
não viessem, porque muitos deles
foram ridicularizados no diretório municipal, principalmente pelo secretário Carlos Zarattini [Transportes]", disse Giannazi.
Na ocasião, cerca de 300 pessoas
protestaram diante do diretório
contra a política educacional de
Marta. Após a expulsão, manifestantes invadiram o local, quebraram vidros e arremessaram uma mesa, que acabou atingindo Zarattini.
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