|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFÂNCIA
Segundo a OIT, crianças brasileiras são 10% dos casos mundiais de piores formas de obter renda, como prostituição
Brasil consegue reduzir trabalho infantil
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de crianças que trabalham no Brasil caiu 21% entre
1992 e 1999, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Há, no entanto, uma desaceleração na taxa de redução dos
empregados mirins. De 1995 a
1998, a queda média anual foi de
13,6%. De 1998 a 1999, 2,4%.
"Um Futuro sem Trabalho Infantil", relatório global sobre o tema, mostra que 10% das crianças
nas piores formas de trabalho, como prostituição, estão no Brasil.
"Precisamos de medidas mais
enérgicas de todo o mundo para
erradicar as piores e intoleráveis
formas de trabalho infantil", disse
Armand Pereira, diretor do escritório brasileiro da OIT.
Em 1992, havia 8,4 milhões de
crianças brasileiras de 5 a 17 anos
trabalhando. O número caiu para
6,7 milhões em 1999. A diminuição da taxa de redução significa,
segundo Armand, que os esforços
governamentais para eliminar o
trabalho infantil não têm se mostrado tão eficientes como antes.
Os cerca de 870 mil menores
brasileiros (são 8,4 milhões no
mundo) em piores formas de trabalho estão na meta do Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), do Ministério do Trabalho neste ano. Cerca de 800 mil
crianças já são atendidas.
Glauber Santos, coordenador
de projetos especiais do ministério, não soube explicar o porquê
da desaceleração do ritmo de redução dos empregados mirins. O
orçamento para o Peti cresceu de
R$ 931.500, em 1996, para R$ 297
milhões em 2001.
No Brasil, há maior incidência
nas idades de 16 e 17 anos
-41,6% do total de menores que
trabalhavam em 1998. O relatório
aponta como grupos de risco o
trabalho no tráfico de drogas, na
exploração sexual, no trabalho
doméstico e no narcoplantio.
Pereira disse que o trabalho infantil em casa de terceiros é problema "cultural", de difícil erradicação. Segundo o relatório, há
6,5% de crianças no trabalho doméstico, 70% na agricultura, caça
e pesca, 4% em armazenamento e
comunicações e 3% na construção civil ou minas. O restante opera em manufaturas, comércio varejista, restaurantes e hotéis.
Os números não são completos
devido à subnotificação de casos,
especialmente no setor informal,
afirma o representante da OIT. O
ministério fiscaliza, desde março
de 2000, postos informais.
Ontem, Arthur Antunes Coimbra, 49, o Zico, foi declarado embaixador honorário da Organização Internacional do Trabalho para assuntos de trabalho infanto-juvenil, cargo simbólico.
Texto Anterior: Transporte: Estação Itaquera do Metrô ganhará shopping popular Próximo Texto: Panorâmica - Tráfico: Cantor Belo é intimado a depor no Rio Índice
|