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Câmara deve votar projeto que permite "privatizar" Anhembi
Medida autoriza prefeitura a fazer parcerias e concessões à iniciativa privada de obras, serviços e empreendimentos
Aprovação do texto, enviado em agosto passado, passou a ser tratada como uma prioridade da gestão Gilberto Kassab (DEM)
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Anhembi, sambódromo, autódromo de Interlagos, estádio
do Pacaembu, marginais Tietê
e Pinheiros. Tudo isso poderá
ser transferido à administração
da iniciativa privada se a vontade do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL),
for atendida e a Câmara aprovar, amanhã, o projeto que cria
o Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas.
O projeto foi enviado à Câmara em agosto do ano passado, mas se tornou prioridade
absoluta do governo há dez
dias, quando, por determinação
do governador José Serra
(PSDB), Kassab retirou de pauta o projeto que transferia para
o Estado a administração das
marginais e permitia a instalação de pedágios nas avenidas.
A criação do programa de
PPPs (parcerias público-privadas) foi aprovada em primeira
votação da Câmara, apesar da
resistência da oposição, que
tentou obstruir a votação. O líder do governo na Câmara, José Police Neto, o Netinho
(PSDB), quer votar o projeto
em segundo turno amanhã.
O projeto autoriza parcerias
e concessões à iniciativa privada de obras, serviços e empreendimentos públicos que
sejam financiados pela exploração que as empresas farão do
próprio empreendimento. O
Anhembi, por exemplo, pode
ser alugado para feiras e eventos, o que cobriria os custos de
ampliação e modernização.
O projeto obriga apenas que
passem antes pela Câmara as
concessões nas quais mais de
70% da remuneração do parceiro saia dos cofres da prefeitura. As demais estão automaticamente autorizadas.
Os opositores do projeto
querem, no mínimo, reduzir a
liberdade do governo municipal para a realização de parcerias e concessões.
Projeto mesmo, o governo só
tem pronto para a concessão do
Anhembi. A idéia é que uma
empresa privada amplie o parque e, em seguida, explore todo
o complexo por um período que
pode chegar a 30 anos.
Para Interlagos, o governo
espera propostas. "Não temos
nada de concreto, mas aceitam-se propostas. O objetivo é que a
prefeitura não gaste mais com a
F-1 e que a população tenha
uma área de lazer", disse Caio
Carvalho, presidente da SPTuris, empresa municipal de turismo que administra o
Anhembi e o autódromo.
Todos os anos, para manter o
Grande Prêmio Brasil de F-1 na
cidade, a prefeitura gasta de R$
27 milhões a R$ 30 milhões. O
governo considera que o gasto é
positivo pelo volume de turistas que o evento atrai, mas diz
que o investimento poderia ser
feito pela iniciativa privada.
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