São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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Novo projeto de Kassab prevê o fim do Minhocão

Hipótese mais provável do plano é a demolição da obra, que só seria feita após criação de avenida para absorver trânsito

Projeto é que essa nova avenida substitua a linha férrea entre a Lapa e o Brás, que seria mantida em túnel subterrâneo de 12 km

Mastrangelo Reino/Folha Imagem
Trecho do elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, na região central de São Paulo

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), anunciou ontem um plano de revitalização da cidade que pode culminar com o fim do elevado Costa e Silva, chamado de Minhocão.
Se sair do papel, será a maior intervenção urbana na cidade desde e criação do plano de avenidas do prefeito Francisco Prestes Maia, que governou de 1938 a 1945 e de 1961 a 1965 e implantou, por exemplo, o primeiro trecho da 23 de Maio.
No novo plano, o fim do Minhocão seria possível após uma grande transformação na linha férrea que liga a Lapa (zona oeste) ao Brás (centro), com 12 km de extensão, que passaria a ser subterrânea.
Na superfície, onde hoje estão os trilhos e seu entorno, seriam construídos um parque público e uma avenida para servir de alternativa aos motoristas que transitam entre as zonas leste e oeste.
Com a obra pronta, o destino mais provável para os 3,5 km do Minhocão seria a demolição, mas não está descartada, por exemplo, a construção de um parque suspenso. A próxima fase é preparar a licitação para escolher o projeto ideal para as mudanças.
O governo ainda não sabe quanto tempo a execução do plano levará e nem fez um estudo sobre a viabilidade econômica da obra.
A Folha calculou, a partir de dados do Comitê Brasileiro de Túneis, que só a construção do túnel entre Lapa e Brás não sairá por menos de R$ 3 bilhões -semelhante ao que seria gasto em mesmo trecho de metrô.
Técnicos da prefeitura e do mercado imobiliário calculam que, se o projeto der certo, o fim do Minhocão aconteceria em, no mínimo, 15 anos.
O projeto do túnel já vinha sendo elaborado pelo governo do Estado, mas esbarrava no custo. Com a ideia incorporada na nova operação urbana Lapa-Brás, a obra pode ser bancada com a venda de títulos imobiliários que permitem as construtoras fazerem prédios acima dos limites máximos da região.
Contudo, a prefeitura ainda não sabe quanto pretende arrecadar com a venda dos títulos. "Isso vai depender do projeto", disse o secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Miguel Bucalem.

Mooca e Itaquera
Além da revitalização da região da linha férrea que liga a Lapa ao Brás, foram anunciados mais detalhes de outras duas operações urbanas -uma para o entorno da linha férrea que liga a Mooca (zona leste) à Vila Carioca (zona sul) e outra para a região da av. Jacu-Pêssego (em Itaquera, na zona leste).
Para a Mooca-Vila Carioca, o principal desafio é manter as indústrias ali instaladas, preservar o patrimônio histórico dos antigos barracões da Mooca e da área do Museu do Ipiranga e, ao mesmo tempo, conseguir levar mais moradias.
Na área da av. Jacu-Pêssego, a meta da operação urbana é levar mais empregos, já que a região é bastante povoada.
Há projetos, inclusive, de transferir para lá indústrias hoje instaladas na área da futura operação urbana Lapa-Brás.
O presidente do Secovi (sindicato do mercado imobiliário, com grande interesse na valorização das áreas), João Crestana, disse que o projeto da prefeitura está bem feito e coincide com estudos encomendados pela entidade ao arquiteto Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba (PR), que também apontou a necessidade de ocupar melhor essas áreas.


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