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Ideia de demolir Minhocão existe desde 1975
Vários prefeitos já previram desde a simples destruição do local até a transformação em corredor de ônibus ou parque suspenso
Local já foi considerado um dos mais feios da cidade, mas ninguém conseguiu
dar uma solução definitiva ao problema do trânsito
JAMES CIMINO
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A primeira vez que os paulistanos quiseram se livrar do Minhocão foi em 1975, apenas
quatro anos após a sua construção. Já naquela época, o então
prefeito Olavo Setúbal temia o
impacto político da demolição
do elevado, obra de seu antecessor Paulo Maluf, já que afetaria profundamente o trânsito
da cidade. Ou seja, ruim com
ele, pior sem ele.
Mais tarde foi Jânio Quadros, prefeito entre 1986 e
1988, quem recebeu um projeto
de transformar o local em um
jardim suspenso, com duas faixas para ônibus elétricos.
Mais recentemente, Marta
Suplicy (PT) e José Serra
(PSDB) também chegaram a
debater o destino da via que, segundo pesquisa Datafolha de
2004, foi eleito um dos lugares
mais feios da cidade.
A obra degradou todo o entorno e afastou moradores dos
prédios vizinhos ao viaduto,
cansados do barulho e da poluição dos automóveis.
Em 2006, durante a gestão
Serra, a prefeitura lançou um
concurso que premiaria o melhor projeto de revitalização do
elevado Costa e Silva.
Os arquitetos vencedores
queriam transformar o local
num parque elevado, com trechos de isolamento acústico.
Embora, de acordo com a assessoria da prefeitura, o concurso não tivesse nenhum
compromisso com a execução
da obra, na época, o prefeito
Gilberto Kassab chegou a dizer
que seria loucura se comprometer a realizar uma obra tão
cara (custaria R$ 86 milhões).
E não havia uma solução para
desviar o fluxo de 80 mil carros/dia que passam pelo local.
Já em 2008, a Fundação Getulio Vargas elaborou outro estudo, dessa vez para transformá-lo num corredor de ônibus.
Aprovação
Vários arquitetos acreditam
que a proposta anunciada ontem pelo prefeito Kassab tenha
começado de maneira adequada, porque só prevê o fim do
Minhocão depois da execução
de várias outras obras que absorverão o tráfego do local.
"Qualquer ação urbanística
em relação ao Minhocão paulistano precisa ser feita de forma integrada", diz Rosana Ferrari, presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).
"Por isso, a ideia da prefeitura de analisar tudo em conjunto
[dentro de uma operação urbana] é positiva."
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