São Paulo, sábado, 07 de maio de 2011

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Desarmamento terá entrega anônima

Ao contrário das outras duas edições, campanha lançada ontem não exige identificação de quem levar a arma

Orçamento para esta edição só permite a compra de menos de 25% do recolhido na primeira campanha


ITALO NOGUEIRA
DO RIO

A terceira campanha do desarmamento, lançada ontem pelo Ministério da Justiça, pretende aumentar a adesão garantindo o anonimato de quem entregar armas.
Diferentemente do ocorrido nas demais campanhas, os postos de coleta não vão mais registrar o CPF do cidadão que entregar armamentos. A intenção é evitar o temor de eventual punição por manter uma arma ilegal.
Para fazer a entrega, a pessoa terá que retirar uma guia de trânsito no site da Polícia Federal -a identificação não é obrigatória. O documento autoriza o transporte da arma até o posto de coleta.
O presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, contrário à campanha, criticou o anonimato. "Se o bandido for pego com a arma [e a guia], poderá dizer que ia entregar. O máximo que pode acontecer é perder a arma."
A campanha pode sofrer com a escassez orçamentária. A verba destinada ao pagamento das armas permite a compra de, no máximo, 100 mil unidades, menos de um quarto do que foi recolhido na primeira edição.
O orçamento é de R$ 10 milhões, segundo o ministro José Eduardo Cardozo. O valor a ser pago por arma será de R$ 100, R$ 200 ou R$ 300.
Cardozo afirmou torcer para faltar dinheiro, porque seria sinal do sucesso da campanha. Ele diz que, caso isso ocorra, haverá remanejamento de gastos na pasta.
A primeira campanha do desarmamento, em 2003 e 2004, recolheu 459 mil armas. Na segunda, entre 2008 e 2009, foram 35 mil armas -a entrega só podia ocorrer na PF, o que, para especialistas, diminuiu a procura.
Segundo Cardozo, o governo prepara um plano de patrulhamento nas fronteiras para dificultar a entrada ilegal de armas no país.


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