São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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SEGURANÇA

Em Campinas, ação policial para caçar supostos assaltantes resulta em ferimentos a reféns de sequestradores

Polícia paulista age e fere sequestrados

CLAUDIO LIZA JUNIOR
LÍVIA STÁBILE

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Duas ações da polícia de Campinas (95 km de São Paulo) colocaram, ontem, em risco a vida de quatro pessoas que estavam nas mãos de sequestradores.
Em um dos casos, um médico que era levado refém em seu próprio carro foi confundido com um assaltante e acabou baleado.
No outro, uma mulher e duas crianças estavam no porta-malas de um automóvel, que, após perseguição da polícia, capotou.
Os casos ocorreram um dia após a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo divulgar relatório apontando irregularidades em uma ação da Deas (Delegacia Especial Anti-Sequestro) de Campinas que terminou com a morte do aposentado José Jorge Martins, há 13 dias. O morto não tinha antecedentes criminais.
Nas ocorrências de ontem, foi a Polícia Militar que esteve envolvida. Ambos os casos começaram com a perseguição de veículos que tinham registro de roubo, mas que eram ocupados por sequestradores com reféns.
O urologista Benhur Antônio Potrich, 38, foi levado por dois homens no distrito de Barão Geraldo, por volta das 23h de anteontem. Daí, foi transportado para Indaiatuba (102 km de SP) em seu próprio carro, um Santana. Lá, os criminosos roubaram uma moto e começaram a ser perseguidos pela Guarda Municipal local. A caçada acabou em Campinas, onde a PM dava cobertura à guarda, por volta da 0h.
O Santana recebeu 20 tiros. O médico e um sequestrador foram feridos. O outro criminoso, que dirigia a moto, fugiu.
Os guardas de Indaiatuba afirmaram à Polícia Civil que PMs participaram da troca de tiros. Os militares, no entanto, não compareceram à delegacia. Seis armas pertencentes aos guardas foram apreendidas e serão periciadas.
"Nossos policiais deveriam ter ido ao DP. Eles me informaram, porém, que não participaram da troca de tiros. Coloco as armas dos policiais à disposição das autoridades competentes para averiguação", disse o comandante do 35º Batalhão da PM de Campinas, Lúcio Ricardo de Oliveira.
A segunda ação que pôs em risco a vida dos reféns começou em Mogi-Mirim (162 km de São Paulo), onde Andréia Stevanatto Bataglini, 35, e duas crianças, de sete e dez anos, foram sequestradas por três homens.
Quando o veículo entrou em Campinas e começou a ser perseguido pelo helicóptero da PM. A informação da polícia era de que o carro havia sido roubado em Holambra (125 km de São Paulo) e era ocupado por assaltantes.
O Astra também foi perseguido por um carro da PM. O veículo dos sequestradores perdeu o controle e capotou. Um deles está internado em estado grave e outros dois foram presos. Os sequestrados tiveram ferimentos leves.



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