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SEGURANÇA
Em Campinas, ação policial para caçar supostos assaltantes resulta em ferimentos a reféns de sequestradores
Polícia paulista age e fere sequestrados
CLAUDIO LIZA JUNIOR
LÍVIA STÁBILE
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Duas ações da polícia de Campinas (95 km de São Paulo) colocaram, ontem, em risco a vida de quatro pessoas que estavam nas
mãos de sequestradores.
Em um dos casos, um médico
que era levado refém em seu próprio carro foi confundido com
um assaltante e acabou baleado.
No outro, uma mulher e duas
crianças estavam no porta-malas
de um automóvel, que, após perseguição da polícia, capotou.
Os casos ocorreram um dia
após a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo divulgar relatório apontando irregularidades em
uma ação da Deas (Delegacia Especial Anti-Sequestro) de Campinas que terminou com a morte do
aposentado José Jorge Martins, há
13 dias. O morto não tinha antecedentes criminais.
Nas ocorrências de ontem, foi a
Polícia Militar que esteve envolvida. Ambos os casos começaram
com a perseguição de veículos
que tinham registro de roubo,
mas que eram ocupados por sequestradores com reféns.
O urologista Benhur Antônio
Potrich, 38, foi levado por dois
homens no distrito de Barão Geraldo, por volta das 23h de anteontem. Daí, foi transportado
para Indaiatuba (102 km de SP)
em seu próprio carro, um Santana. Lá, os criminosos roubaram
uma moto e começaram a ser perseguidos pela Guarda Municipal
local. A caçada acabou em Campinas, onde a PM dava cobertura
à guarda, por volta da 0h.
O Santana recebeu 20 tiros. O
médico e um sequestrador foram
feridos. O outro criminoso, que
dirigia a moto, fugiu.
Os guardas de Indaiatuba afirmaram à Polícia Civil que PMs
participaram da troca de tiros. Os
militares, no entanto, não compareceram à delegacia. Seis armas
pertencentes aos guardas foram
apreendidas e serão periciadas.
"Nossos policiais deveriam ter
ido ao DP. Eles me informaram,
porém, que não participaram da
troca de tiros. Coloco as armas
dos policiais à disposição das autoridades competentes para averiguação", disse o comandante do
35º Batalhão da PM de Campinas,
Lúcio Ricardo de Oliveira.
A segunda ação que pôs em risco a vida dos reféns começou em
Mogi-Mirim (162 km de São Paulo), onde Andréia Stevanatto Bataglini, 35, e duas crianças, de sete
e dez anos, foram sequestradas
por três homens.
Quando o veículo entrou em
Campinas e começou a ser perseguido pelo helicóptero da PM. A
informação da polícia era de que
o carro havia sido roubado em
Holambra (125 km de São Paulo)
e era ocupado por assaltantes.
O Astra também foi perseguido
por um carro da PM. O veículo
dos sequestradores perdeu o controle e capotou. Um deles está internado em estado grave e outros dois foram presos. Os sequestrados tiveram ferimentos leves.
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