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Saulo ironiza deputados e não explica ataques do PCC
As cúpulas das polícias acompanharam o secretário da Segurança Pública
Ele citou Drummond e "O Grande Mentecapto" para atacar petistas; deputado do PTB sugeriu "dar um jeito" em Marcola, líder do PCC
RICARDO GALLO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Protegido por uma claque
formada pela cúpula das polícias Civil e Militar e por uma
platéia que respondia com
vaias e apupos quem o contrariava, o secretário da Segurança
Pública, Saulo de Castro Abreu
Filho, atacou deputados e evitou falar sobre as ações das forças de segurança em combate
aos ataques promovidos pelo
PCC (Primeiro Comando da
Capital) no Estado durante depoimento à comissão de segurança da Assembléia, ontem.
Em quatro horas e meia, Saulo respondeu aos questionamentos das operações da polícia contra o PCC com deboche
e, mais uma vez, fez jus ao seu
estilo polêmico. "Ele veio aqui e
não respondeu nada", resumiu
o deputado Vanderlei Siraque
(PT), protagonista de diversos
bate-bocas com Abreu Filho.
Enquanto os deputados insistiam em saber de Abreu Filho como haviam sido traçadas
as estratégias para combater o
PCC, principalmente entre 12 e
19 de maio, auge da crise causada pelo PCC, e também se ele tinha um plano de segurança pública para o Estado, o secretário
se justificava transferindo a
responsabilidade para a "falta
de apoio" do governo federal.
"Não posso revelar detalhes
da investigação" ou "não comento investigação em andamento" disse o secretário várias vezes, algumas sem olhar
para o interlocutor e, em outras, após batucar na mesa.
"Pára com esse tom de machão, você não é assim", disse
ao responder a Ítalo Cardoso,
(PT) que insistia, exaltado, em
saber como a polícia agiu na
guerra contra o PCC.
Com ironia, Abreu Filho citou os escritores Ariano Suassuna, Carlos Drummond de
Andrade e Fernando Sabino,
em especial sua obra "O Grande
Mentecapto", para responder a
Ênio Tatto (PT) o significado
de "despirocar", tratamento
dispensado por ele, em entrevista à Folha, ao ex-titular da
Administração Penitenciária
Nagashi Furukawa -com
quem teve divergências.
"Despirocar é inventar história", disse Abreu Filho, após
mandar Tatto consultar um dicionário e de informá-lo, com
sarcasmo, que o certo é dizer
"projetos de lei", e não "projetos de leis".
Para Ricardo Tripoli (PSDB),
a oposição queria transformar
em político um debate técnico.
Já o deputado Conte Lopes
(PTB) insinuou que Marcos
Willians Herbas Camacho, 38,
o Marcola, líder do PCC, deveria ser morto. "Acho que deveríamos dar um jeito para que
esse Marcola nunca mais saísse
da prisão", disse.
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