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Adiado debate sobre filosofia no ensino médio
Proposta, que inclui também o ensino de sociologia, será discutida no Conselho Nacional de Educação
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão sobre incluir ou
não as disciplinas de filosofia e
sociologia na grade curricular
do ensino médio foi adiada
mais uma vez. A pauta tramita
no Conselho Nacional de Educação e, se a mudança for aprovada, as escolas públicas e particulares terão de adaptar suas
grades curriculares. Hoje em
dia, há apenas a orientação para
que os conteúdos dessas matérias sejam ensinados.
Um parecer escrito pelo professor e conselheiro Cesar Callegari defende a inclusão das
matérias e estará em debate hoje. Callegari afirma que ambas
as disciplinas foram retiradas
do currículo para que o ensino
de matemática e português se
intensificasse. "Mas o resultado geral foi um fracasso. Uma
queda na qualidade da educação", afirma.
"Os conteúdos dessas áreas,
permitem ao jovem visão mais
ampla do mundo e incentivam
a construção de valores relacionados à tolerância, à paz", diz.
No entanto, a proposta não é
unânime. De acordo com a ex-conselheira Guiomar Namo de
Melo, a proposta é um retrocesso. "É uma pena, porque é contra o espírito das diretrizes. Toda a orientação é para que não
existam disciplinas, mas sim
competências. Para que as escolas possam escolher sua proposta pedagógica", diz.
Para a professora, a inclusão
das duas matérias só beneficia
os professores dessas áreas.
"Quando se aprova isso, cria a
necessidade do diploma de sociólogo. Esses conhecimentos
podem ser trabalhados em história, geografia, literatura. Não
precisa ter a disciplina sociologia ou filosofia."
Hoje, caravanas de professores da Apeoesp (Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial
do Estado de São Paulo) chegam a Brasília para pressionar
o conselho e tentar aprovar a
inclusão das disciplinas.
"Essas disciplinas sempre tiveram um número de aulas
bastante reduzido. E são matérias que têm uma importância
muito grande para o desenvolvimento da cidadania", afirma
Carlos Ramiro de Castro, presidente do sindicato.
O caminho do parecer, após a
discussão e aprovação pelo
conselho, é ser homologado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. No país, 17 estados pesquisados pelo MEC,
oferecem as disciplinas de maneira obrigatória.
A versão preliminar, que ainda vai ser debatida, aponta que
as escolas organizadas em disciplinas terão de incluir filosofia e sociologia no conjunto das
outras matérias. A princípio,
não haverá um prazo para a
adequação, mas, como se trata
de diretrizes, os currículos terão de ser adaptados.
Já as escolas com currículo
mais flexível poderão manter
seu projeto pedagógico. É o caso do Pueri Domus, na capital.
"Na nossa grade o que domina
não são as disciplinas. Os conceitos de filosofia acabam sendo passados em várias aulas e
atividades", diz Luis Antonio
Laurelli, diretor de ensino.
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