São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006

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Professores da USP adiam para o dia 19 decisão sobre greve

Em assembléia feita ontem, eles decidiram aguardar uma nova rodada de negociações com a reitoria da universidade

Funcionários já tinham decidido paralisar a partir de amanhã; docentes da Unicamp farão assembléia hoje para decidir se param


DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da USP resolveram ontem aguardar até o dia 19 para decidir se entram em greve ou não. Em assembléia no fim da tarde, eles optaram por aguardar a nova rodada de negociações com a reitoria. No entanto, marcaram um ato na Assembléia Legislativa no dia 21 para pressionar o governo a aumentar os recursos destinados para a educação.
Professores e servidores das universidades estaduais paulistas reivindicam reajuste salarial de 7% e aumento na verba para o ensino público. Exigem que o investimento estadual na educação passe de 30% para 33% da receita de impostos e que o repasse para as universidades aumente de 9,57% para 11,6% do ICMS.
O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) oferece aumento de 0,75% sobre os salários de maio e reajuste de 1,79% sobre os de setembro. De acordo com as assessorias de imprensa das universidades, a folha de pagamento de docentes e funcionários já compromete quase todo o orçamento anual.
Na USP, gasta-se 87,5% com a folha de pagamento sem o reajuste de 0,75%. Na Unicamp, já com o reajuste, o comprometimento fica em 93,21% e, na Unesp, também com o novo salário, 89%. O aumento dos recursos da educação não depende da vontade dos reitores, mas da decisão do governo.
Com a decisão de ontem, os docentes não se unirão aos funcionários da universidade, que já haviam decidido pela paralisação a partir de amanhã. Servidores dos campi da USP de Ribeirão e de São Carlos estão parados desde segunda-feira. Hoje, estudantes da universidade fazem assembléia para decidir se apóiam o movimento.
Também na tarde de hoje, a Unicamp faz assembléia de professores para resolver sobre a greve. Seus funcionários optaram por aderir à paralisação. As 23 unidades da Unesp também estão realizando assembléias. Já decidiram pela greve os funcionários dos campi de Araçatuba, Assis, Bauru, Botucatu, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Jaboticabal, Marília, Presidente Prudente, Rio Claro e São José do Rio Preto e os professores de Marília.
A greve da maioria das unidades das três universidades está programada para começar amanhã porque é quando ocorre mais uma reunião do Cruesp com os representantes dos sindicatos para uma nova rodada de negociações.
O vice-presidente da Adusp (Associação de Docentes da USP), Francisco Miraglia, explica que tão importante quanto o reajuste salarial é o aumento da dotação orçamentária. "Não queremos apenas aumento de salário. Melhorar a verba da educação é importante para todo o Estado."


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