São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008 |
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entrevista País é emblema das contradições, diz estudiosa DO ENVIADO A CARTAGENA
Com os maiores contingentes de doutores e analfabetos da região, o Brasil é um
emblema das contradições,
diz a brasileira Ana Lúcia
Gazzola, diretora do Iesalc
(Instituto Internacional da
Unesco para a Educação Superior na América Latina e
no Caribe). Leia trechos da
entrevista com a idealizadora do Mapa da Educação Superior.
(FM)
FOLHA - Como o Brasil está situado no mapa em relação a seus vizinhos? ANA LÚCIA GAZZOLA - Talvez o Brasil seja o país emblemático das contradições na América Latina e no Caribe no campo da educação superior. Nós somos, ao mesmo tempo, o país mais consolidado em doutorados e o com o maior número de analfabetos. Claro que o segundo dado, 15 milhões de analfabetos, tem a ver com um percentual de uma população enorme. De qualquer maneira, é um número inaceitável e incompatível com o desenvolvimento. Por outro lado, o Brasil avançou muitíssimo no campo da pós-graduação. É a pós-graduação mais consolidada, mais qualificada, mais bem-sucedida, mais eficiente. O Brasil tem o segundo sistema de pós-graduação em tamanho na região, depois do México. Mas o sistema brasileiro, embora 50% menor do que o do México, é 100% mais eficiente. Enquanto o México formou 5.000 doutores em 2006, o Brasil formou 10 mil com um sistema menor. Ainda assim, nossa matrícula em pós-graduação representa menos de 3% da matrícula total em educação superior. É completamente insuficiente para o desenvolvimento sustentável do país. Somos os dois extremos: estamos péssimos numa ponta e muito bem com relação à região na outra ponta. FOLHA - E com respeito à relação
entre investimento e PIB?
FOLHA - Por que o Brasil ficou
para trás na expansão do ensino
público superior? Houve menos
investimentos?
FOLHA - A fuga de cérebros é
uma preocupação menor em relação aos seus vizinhos?
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