|
Texto Anterior | Índice
MARCIO FREDERICO CUNHA DE ARRUDA (1964-2008)
O locutor da "categoria que não muda"
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ele pegava o torcedor pela orelha" com seus bordões
arrastados -"Agueeeeenta
coração". Como disse um
amigo do rádio e da política,
seus dois mundos, "Marcio
de Arruda tinha o gol mais
bonito do rádio cuiabano".
Tinha 11 anos e já andava
pelos corredores da rádio
Cultura de Cuiabá. Filho do
prefeito Manoel de Arruda, o
"Mané Buraco" -alguém tinha que escavar as ruas da cidade-, conviveu de pequeno
com vereadores em casa.
Acabou vereador também,
pelo MDB, nos anos 80.
Trabalhou com Roberto
França na rádio e foi seu secretário de comunicação na
prefeitura. Se seu nome vinha colado ao epíteto ("Márcio de Arruda, categoria que
não muda"), era porque o levara do rádio à campanha.
Mandato, foi um; carreira,
duas. Entrou para a Secretaria da Fazenda como fiscal e
só saiu aposentado. E havia o
rádio -passou pela maioria
das emissoras da cidade, como locutor e comentarista,
fora as imitações que fazia.
Podia narrar ao estilo de Fiori Giglioti ou Jorge Cury. Seu
coração no futebol era do
Dom Bosco de Cuiabá. Mas
sua narração era tão neutra,
dizem, que poucos o sabiam.
"Era a política, o rádio e o
Carnaval", diz o neto, já que
Arruda foi coordenador do
Carnaval da cidade e fundador da "Coração Cuiabano",
banda de velhos músicos e
velhas marchinhas. Algumas
cantava na praça Alencastro,
entre longas conversas sobre
política, tardes inteiras no
banco, em frente à prefeitura. Morreu dia 31, aos 64, de
infecção no intestino.
obituario@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mortes Índice
|