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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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SISTEMA CARCERÁRIO

O quadro de saúde de Alexandre Colaço é grave, segundo o HC; ele foi atingido no tórax e na cabeça

Piloto manteve "rádio aberto" durante vôo

DA REPORTAGEM LOCAL

O piloto Alexandre Frederico de Almeida Colaço deixou o "rádio aberto" durante o sequestro do seu helicóptero. A informação foi dada ontem por um policial que afirmou ter conversado com Colaço antes de ele ser submetido a uma cirurgia, no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo.
Com o sinal de rádio aberto, outras aeronaves que estavam na mesma frequência puderam ouvir o piloto alertar os sequestradores que, se o helicóptero se aproximasse muito do presídio Adriano Marrey, seria alvejado.
O quadro de saúde de Colaço é grave segundo o HC. Ontem à noite, os médicos tentavam retirar uma bala alojada no cérebro dele. A tomografia revelou que, no tórax, havia mais de um projétil. Colaço começou a ser operado às 18h e, até as 22h30, ainda não havia deixado a mesa de cirurgia.
De acordo com Robson Fabiano, 27, que é piloto de helicóptero e colega de Colaço, ele chegou a desconfiar de que havia algo errado com a contratação do vôo.
Colaço teria estranhado o fato de o vôo ser para dois passageiros e, mesmo assim, o helicóptero escolhido ter sido um modelo maior, o Bell Jet Ranger, com capacidade para quatro passageiros.
Segundo Fabiano, o normal nesses casos é o uso de um helicóptero menor, um dos modelos Robinson, com capacidade para dois passageiros. A hora de vôo em um helicóptero Robinson custa cerca de R$ 1.000. No Bell Jet Ranger, chega a custar R$ 1.500.
Daniel Grandino, 20, filho do dono da Álamo Táxi Aéreo, empresa para a qual Colaço trabalha há cerca de três anos, esteve ontem no hospital e disse desconhecer que o piloto havia desconfiado da contratação do serviço ontem.
Segundo Fabiano, que afirmou ter estado com Colaço anteontem, ele é um profissional "tranquilo". Outros pilotos que foram ao Hospital das Clínicas ontem comentaram sobre a habilidade necessária para conseguir pousar o helicóptero em um espaço tão restrito quanto o do presídio.
O piloto tem um filho de quatro anos e uma filha recém-nascida, segundo informações de amigos da família que foram ao hospital. A mulher do piloto não quis falar com a imprensa no local.


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