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SP quer fim do curso de 4 horas
Prefeitura e governo prometem unificar a construção de salas e eliminar o turno no horário de almoço
Meta é reorganizar alunos nas redes públicas até 2008 para não oferecer mais aula das 11h às 15h; zonas sul
e norte têm falta de vagas
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo paulista e a Prefeitura de São Paulo prometeram
ontem acabar com o turno de
aulas no horário do almoço,
unificar as decisões sobre construção de escolas na capital e,
no futuro, padronizar os currículos das duas redes públicas.
O Estado promete acabar
com o chamado "turno da fome" no próximo ano letivo, e a
prefeitura, em 2008. Nesse regime, os estudantes têm aula
das 11h às 15h, aproximadamente, e, apesar do apelido, recebem alimentação no colégio.
Os dois governos trabalharão
em conjunto na construção de
novas escolas ou salas de aula
em colégios já existentes.
Maria Lúcia Vasconcelos, secretária estadual da Educação,
disse haver 169 colégios (102
mil alunos) com turno intermediário em sua rede. A carga
irá de três horas e 40 minutos
para cinco horas de aula/dia.
Já Alexandre Schneider, secretário municipal da Educação, afirma ter 309 colégios
com "turno da fome" em sua rede, com 129 mil estudantes. No
caso municipal, não há previsão de elevar a carga horária.
A presidente da Associação
Estadual de Pais e Alunos, Hebe Tolosa, diz que torcerá para
o fim do turno intermediário
acontecer. "Se o governo cumprir, será uma maravilha."
Falta de vagas
Mas alguns pais têm receio
de que seja mais difícil conseguir vaga para os filhos. "Se com
os três turnos já é complicado,
imagine se acabarem com ele?
Dizem que vão construir mais
escolas, mas nunca cumprem",
diz Silvana Maria de Oliveira,
moradora do Jardim Helena,
zona leste. Seu filho Wesley, 9,
está na 3ª série no "turno da fome". O problema, para ela, é o
fato de o filho passar poucas
horas na escola. "Não dá para
aprender quase nada."
Segundo a prefeitura, a estimativa inicial indica sobra total
de 37 mil vagas na 1ª série do
ensino fundamental em São
Paulo para 2007. No entanto,
nas áreas periféricas da cidade,
que ele chama de "pontas", há
um déficit de 32 mil vagas.
As áreas mais problemáticas
são as zonas sul e norte, onde,
em razão das áreas de manancial, é mais complicado encontrar terreno para construir.
Sindicato
Os sindicatos de professores
são favoráveis à extinção do
"turno da fome" nas escolas estaduais e municipais de São
Paulo, desde que isso não signifique demitir servidores.
"Isso não é novidade, todo secretário que entra coloca isso
como meta", disse Cleiton Gomes, 38, secretário-geral do
Sinpeem (sindicato dos funcionários da rede municipal).
Segundo ele, resta saber se a
decisão é pedagógica ou econômica. "Aumentar o número de
escolas é uma reivindicação antiga nossa. Mas, se para acabar
com os três turnos houver demissão de professores ou inchaço das salas de aula, é preferível que não aconteça", disse.
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