São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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MINAS GERAIS

Oito dos 15 vereadores de Montes Claros são presos

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A Polícia Federal prendeu ontem, em Montes Claros (MG), 8 dos 15 vereadores da cidade, acusados de falsificar notas fiscais que eram apresentadas como despesas efetuadas. Dessa forma, eles justificariam gastos realizados com recursos da verba de gabinete, paga pela Câmara.
Com mais de 50 agentes e um mandado judicial, a PF efetuou a prisão temporária dos vereadores ainda na madrugada, a partir das 4h. Eles foram retirados da cama e levados direto para a delegacia da PF. Nos gabinetes na Câmara foram apreendidos documentos e computadores.
Foram presos vereadores do PTB (2), PMDB, PC do B, PDT, PL, PV e outro sem partido, além de um contador da Câmara e dois funcionários de uma agência franqueada dos Correios que forneciam notas fiscais de serviços de postagem supostamente prestados aos gabinetes.
Segundo o delegado Marcelo Freitas, os Correios confirmaram que as notas não tinham o correspondente serviço prestado. A PF disse que o total das notas pode somar R$ 150 mil.
Os vereadores de Montes Claros ganham R$ 6.000 por mês de salário. Recebem ainda R$ 5.000 de verba de gabinete e mais R$ 5.000 para despesas com pessoal.
Na tarde de ontem, apenas o contador havia sido liberado. Os acusados foram indiciados por formação de quadrilha, peculato, falsificação de documentos públicos e furto qualificado. Podem pegar pena superior a 30 anos.
"Não queremos esconder nada. Se ficar comprovada alguma coisa, quem errou tem que pagar. Não concordamos, no entanto, com a forma que a PF agiu", disse o presidente da Câmara, Ildeu Maia (PP). Advogados dos vereadores presos também protestaram contra as prisões e afirmaram que seus clientes não sabiam das supostas irregularidades.


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