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MINAS GERAIS
Oito dos 15 vereadores de Montes Claros são presos
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Federal prendeu
ontem, em Montes Claros
(MG), 8 dos 15 vereadores da
cidade, acusados de falsificar
notas fiscais que eram apresentadas como despesas efetuadas. Dessa forma, eles
justificariam gastos realizados com recursos da verba de
gabinete, paga pela Câmara.
Com mais de 50 agentes e
um mandado judicial, a PF
efetuou a prisão temporária
dos vereadores ainda na madrugada, a partir das 4h. Eles
foram retirados da cama e levados direto para a delegacia
da PF. Nos gabinetes na Câmara foram apreendidos documentos e computadores.
Foram presos vereadores
do PTB (2), PMDB, PC do B,
PDT, PL, PV e outro sem partido, além de um contador da
Câmara e dois funcionários
de uma agência franqueada
dos Correios que forneciam
notas fiscais de serviços de
postagem supostamente
prestados aos gabinetes.
Segundo o delegado Marcelo Freitas, os Correios confirmaram que as notas não tinham o correspondente serviço prestado. A PF disse que
o total das notas pode somar
R$ 150 mil.
Os vereadores de Montes
Claros ganham R$ 6.000 por
mês de salário. Recebem ainda R$ 5.000 de verba de gabinete e mais R$ 5.000 para
despesas com pessoal.
Na tarde de ontem, apenas
o contador havia sido liberado. Os acusados foram indiciados por formação de quadrilha, peculato, falsificação
de documentos públicos e
furto qualificado. Podem pegar pena superior a 30 anos.
"Não queremos esconder
nada. Se ficar comprovada
alguma coisa, quem errou
tem que pagar. Não concordamos, no entanto, com a
forma que a PF agiu", disse o
presidente da Câmara, Ildeu
Maia (PP). Advogados dos
vereadores presos também
protestaram contra as prisões e afirmaram que seus
clientes não sabiam das supostas irregularidades.
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