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Policiais disfarçados de garis e pipoqueiros prendem 56 na Sé
Disfarces foram utilizados para identificar suspeitos de atividades criminosas na praça sem chamar a atenção
Grupo preso é suspeito de roubo, tráfico de drogas, falsificação de documentos e diplomas e receptação de mercadorias roubadas
DO "AGORA"
Tomada por 80 policiais, a
praça da Sé (centro de São Paulo) foi palco ontem de uma ação
que terminou com a prisão de
56 suspeitos de roubo, tráfico
de drogas, falsificação de documentos e diplomas e receptação de mercadorias roubadas.
O grupo, levado em um ônibus lotado ao Deic (departamento que investiga o crime organizado), era monitorado havia 40 dias. Até a conclusão desta edição, porém, apenas 11 deles permaneciam presos.
A operação Marco Zero teve
início às 15h18 e foi comandada
pelo Garra (Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos), da Polícia Civil. Disfarces de garis,
mecânicos, pipoqueiros, entregadores de refrigerante e moradores de rua foram usados pelos policiais para identificar os
suspeitos, previamente listados com o auxílio de imagens
registradas pelas câmeras de
uma emissora de TV.
"A ordem era prender os acusados sem chamar muito a
atenção", afirmou o policial civil Luís (sobrenome não divulgado), disfarçado de mecânico.
Para o delegado supervisor
do Garra, Osvaldo Nico Gonçalves, o resultado foi positivo e
atribuído ao trabalho de inteligência da equipe.
"Precisávamos saber o que
acontecia na praça da Sé e constatamos que o local é ponto para quem quer adquirir documentos falsos, vender mercadorias roubadas e comprar drogas. Vai gente de toda a cidade
para lá", afirmou.
As imagens utilizadas pela
polícia mostram os investigados vendendo drogas -parte
delas era escondida em bueiros
da praça-, negociando diplomas universitários -o de médico saía por R$ 1.400- e comemorando roubos de relógios caros e de celulares.
Durante a operação, a polícia
também identificou dois endereços usados como escritório
dos criminosos. Em um deles, a
fachada era de uma loja de doces. Dentro, segundo o Garra,
havia um depósito de mercadorias roubadas, onde foram
apreendidos 166 relógios -um
deles no valor de R$ 5.000.
O outro endereço era de uma
copiadora, cuja função real era
negociar e produzir documentos falsos. Um atestado médico
custava entre R$ 40 e R$ 150.
Entre os detidos, quatro são
menores que vendiam drogas.
A polícia ainda não sabe se os
averiguados atuavam em conjunto. "Aparentemente, agiam
de maneira isolada, por tipo de
crime", afirmou o delegado
Guilherme Lazo Solano Filho.
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