São Paulo, terça-feira, 07 de julho de 2009

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Policiais disfarçados de garis e pipoqueiros prendem 56 na Sé

Disfarces foram utilizados para identificar suspeitos de atividades criminosas na praça sem chamar a atenção

Grupo preso é suspeito de roubo, tráfico de drogas, falsificação de documentos e diplomas e receptação de mercadorias roubadas


DO "AGORA"

Tomada por 80 policiais, a praça da Sé (centro de São Paulo) foi palco ontem de uma ação que terminou com a prisão de 56 suspeitos de roubo, tráfico de drogas, falsificação de documentos e diplomas e receptação de mercadorias roubadas.
O grupo, levado em um ônibus lotado ao Deic (departamento que investiga o crime organizado), era monitorado havia 40 dias. Até a conclusão desta edição, porém, apenas 11 deles permaneciam presos.
A operação Marco Zero teve início às 15h18 e foi comandada pelo Garra (Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos), da Polícia Civil. Disfarces de garis, mecânicos, pipoqueiros, entregadores de refrigerante e moradores de rua foram usados pelos policiais para identificar os suspeitos, previamente listados com o auxílio de imagens registradas pelas câmeras de uma emissora de TV.
"A ordem era prender os acusados sem chamar muito a atenção", afirmou o policial civil Luís (sobrenome não divulgado), disfarçado de mecânico.
Para o delegado supervisor do Garra, Osvaldo Nico Gonçalves, o resultado foi positivo e atribuído ao trabalho de inteligência da equipe.
"Precisávamos saber o que acontecia na praça da Sé e constatamos que o local é ponto para quem quer adquirir documentos falsos, vender mercadorias roubadas e comprar drogas. Vai gente de toda a cidade para lá", afirmou.
As imagens utilizadas pela polícia mostram os investigados vendendo drogas -parte delas era escondida em bueiros da praça-, negociando diplomas universitários -o de médico saía por R$ 1.400- e comemorando roubos de relógios caros e de celulares.
Durante a operação, a polícia também identificou dois endereços usados como escritório dos criminosos. Em um deles, a fachada era de uma loja de doces. Dentro, segundo o Garra, havia um depósito de mercadorias roubadas, onde foram apreendidos 166 relógios -um deles no valor de R$ 5.000.
O outro endereço era de uma copiadora, cuja função real era negociar e produzir documentos falsos. Um atestado médico custava entre R$ 40 e R$ 150.
Entre os detidos, quatro são menores que vendiam drogas. A polícia ainda não sabe se os averiguados atuavam em conjunto. "Aparentemente, agiam de maneira isolada, por tipo de crime", afirmou o delegado Guilherme Lazo Solano Filho.


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