São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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Decisão sobre tombamento no Itaim não tem prazo

"Quarteirão da cultura" não pode ser mudado até que haja definição do conselho estadual sobre preservação

EVANDRO SPINELLI
VANESSA CORREA

DE SÃO PAULO

O Condephaat não tem prazo para decidir se vai ou não tombar o "quarteirão da cultura", terreno de 20 mil m2 que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) quer trocar por creches.
"Não é nossa intenção, de forma alguma, que o prazo seja demorado. Deve ser célere, mas o nosso célere pode não atender a certas expectativas", disse Fernanda Bandeira de Mello, presidente do órgão estadual de preservação do patrimônio histórico.
Nesta semana, a Câmara aprovou projeto de Kassab que permite a venda do imóvel no Itaim Bibi (zona oeste), uma das áreas mais valorizadas da cidade. A intenção é entregá-lo à construtora que oferecer em troca o maior número de creches. O tombamento impediria essa ação.
Moradores do entorno criticam a venda. Dizem que a área tem importância histórica, pois faz parte de um projeto do educador Anisio Teixeira da década de 1930 que integrava escola, teatro, biblioteca numa área arborizada.
Só em abril, quatro meses após o anúncio de que o imóvel seria vendido, o Condephaat abriu processo de tombamento a pedido dos moradores. Com isso, o imóvel ficou "congelado" -nada pode ser modificado, embora a decisão não seja definitiva.
"Havia subsídios para, pelo menos, abrir o processo de tombamento. Agora estamos aprofundando os estudos para decidir sobre o tombamento", disse Bandeira de Mello.

POLÍTICA
Apesar de ser um órgão técnico, há um temor na equipe de Kassab de que o Condephaat seja influenciado politicamente pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O Condephaat tem 22 membros, sendo dez indicados pelo Estado e nove ligados às universidades estaduais. Ou seja, a maioria está sujeita à influência do governo, caso haja interesse de Alckmin em minar administrativamente Kassab.
O prefeito disse que confia "na seriedade do Condephaat, no seu espírito público, no seu discernimento", mas ressalva que "não há nada lá para ser tombado".


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