São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2011

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Wisnik causa desconforto ao estender fala

DOS ENVIADOS A PARATY

Ex-aluno de Antonio Candido, o professor de literatura, ensaísta e músico José Miguel Wisnik dividiu o palco da Tenda dos Autores com o mestre ontem em Paraty e causou desconforto na plateia por falar quase tanto tempo quanto a atração da noite -e num tom muito mais professoral.
Depois do quase bate-papo de Candido, relatando histórias saborosas do seu relacionamento com Oswald de Andrade, Wisnik adotou uma postura mais analítica e empolada para descrever a relação de sua geração com o escritor homenageado pelo evento.
Também leu trechos de textos, entre os quais um de "Verdade Tropical", de Caetano Veloso, e, por fim, passagens de entrevistas e livros de Oswald.
José Miguel Wisnik buscou requalificar o espaço de Oswald de Andrade no cânone literário nacional.
"Tende-se a dizer que Mário e Oswald de Andrade não são autores tão importantes quanto os paulistas e a Universidade de São Paulo disseram que são. Também para relativizar, dizem que ele não é um poeta tão grande quanto Drummond, Bandeira e João Cabral de Melo Neto", comparou Wisnik.
"Mas, por tudo que Antonio Candido mostrou aqui, Oswald não pode ser medido pelo mesmo gabarito porque desloca instituição literária, fazendo com que precisemos de outros critérios para ler seus poemas."
O músico -que depois fechou o primeiro dia da Flip num show ao lado de Celso Sim e Elza Soares- falou por 38 minutos, e Candido, por 42 minutos.
Numa entrevista mais cedo, o próprio Antonio Candido dissera que sua fala duraria 40 minutos, e a de José Miguel Wisnik, 20. (FV e GL)


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