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SEGURANÇA
Medida provisória a ser editada prevê o recurso em caso de interrupção de "serviços essenciais"
Estados poderão fazer "empréstimo" de policiais
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal irá editar
uma medida provisória que permite aos governadores o "empréstimo" de policiais de outros
Estados para manter a segurança
pública em caso de greve.
Além disso, os Estados que não
promoverem a integração das polícias Civil e Militar deixarão de
receber verbas federais complementares, como já determina a lei
que instituiu o Fundo Nacional de
Segurança Pública.
Essas medidas estão no "pacote" que será anunciado amanhã
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para combater a crise das polícias.
O texto deve determinar que
"serviços e atividades essenciais
da segurança pública não podem
ser perturbados, obstruídos, impedidos, suspensos, interrompidos ou paralisados".
Caso isso ocorra, o governador
poderá assinar um "convênio"
com o governo de outro Estado
para substituir temporariamente
os grevistas por policiais que tenham o mesmo cargo e função.
As atividades consideradas essenciais são auto de prisão em flagrante, proteção da criança e do
adolescente, cumprimento de
mandado de prisão, trâmite de
procedimentos de presos
-transferência, por exemplo- e
técnicas periciais.
A comissão de ministros que
tem discutido o assunto desde a
reunião de FHC com governadores, há cerca de dez dias, avalia
que, com essa medida, a população não ficará refém de motins
policiais e a intervenção federal
-caso ocorra- não se dará na
forma de soldados do Exército
executando funções de polícia.
A criação de uma guarda nacional fica descartada. Essa força de
intervenção foi considerada inviável como solução imediata para a crise. Entre as dificuldades
encontradas estão a falta de recursos, a composição e o comando.
De acordo com a lei que institui
o Fundo Nacional de Segurança
Pública, aprovada em fevereiro
deste ano, o governo pode privilegiar com verbas os Estados que se
comprometam com o "desenvolvimento de ações integradas das
polícias Civil e Militar".
O Ministério da Justiça, que
chefia a administração do fundo,
dispõe de R$ 348 milhões para repasse direto aos Estados neste
ano. Cerca de R$ 145 milhões já
foram repassados. A verba é usada para compra de equipamentos
e capacitação profissional.
O governo poderá também
apoiar uma proposta de emenda
constitucional que prevê a unificação completa das duas polícias
após oito anos.
A comissão que estudou as medidas é formada pelos ministros
José Gregori (Justiça), Aloysio
Nunes (Secretaria Geral), Alberto
Cardoso (Segurança Institucional) e Gilmar Mendes (Advocacia
Geral da União).
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