São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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CHAPADA DOS GUIMARÃES

É o segundo pior acidente no local; queimadas e clima seco e quente ajudam a propagar o fogo

Incêndio atinge 27% da área do parque

Marcos Bergamaço/"Agência Phocus"
Queimada atinge área do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, na madrugada de ontem


FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Um incêndio fora de controle está atingindo o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. O fogo já destruiu pelo menos 27% dos 33 mil hectares do local. O total da área queimada chega a 9.000 hectares. A linha de fogo é de oito quilômetros.
Segundo Leôncio Pinheiro, gerente-executivo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Mato Grosso, este é o segundo pior incêndio no parque. Em 1996, o fogo destruiu 80% da vegetação, predominantemente de cerrado, que leva cerca de dois anos para se recuperar.
Ainda ontem seriam enviados mais 65 bombeiros para o local, onde já trabalham 43 homens desde a última sexta. O Corpo de Bombeiros também esperava a chegada de dois helicópteros e um avião pertencentes ao Ibama.
Ontem à noite, bombeiros tentavam evitar que o fogo atingisse a cachoeira Véu da Noiva, principal cartão-postal do parque.
Não há perspectivas de chuva para os próximos dias. Os ventos diminuíram de intensidade, mas continuam espalhando o fogo.

Reserva indígena
No sul do Estado, outro incêndio está destruindo desde quinta-feira a reserva indígena Tadarimana, onde vivem cerca de 200 índios bororos. Segundo o Corpo de Bombeiros, já foram queimados 3.500 dos 10 mil hectares, o equivalente a 35% da área.
Ontem, chegaram de Cuiabá 20 bombeiros, que passam a trabalhar ao lado de outros dez homens que estão no local.
Em 99, um incêndio no mesmo local destruiu 90% da reserva, que fica perto de Rondonópolis (210 km de Cuiabá).
"É só o começo do período crítico da seca", disse Paulo Wolkmer, chefe do centro de comunicação social do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. A estiagem deve durar agosto e parte de setembro, quando voltam as chuvas.
Em Mato Grosso do Sul, estima-se que 70 mil hectares, a maior parte pastagens, foram destruídos pelo fogo na região de Porto Murtinho (490 km de Campo Grande). O incêndio começou na quarta e só foi controlado ontem.
Apesar de não ter atingido áreas habitadas, várias pessoas procuraram ajuda médica por causa de problemas respiratórios.
Há cerca de duas semanas, outro incêndio destruiu cerca de 4.000 hectares no Pantanal sul-mato-grossense.
O clima quente e seco e o uso indiscriminado do fogo por fazendeiros são os principais combustíveis dos focos registrados nas últimas duas semanas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.



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