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Comerciantes têm críticas
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes mesmo de chegar à Câmara Municipal, onde precisará
de 37 votos para ser aprovado, o
projeto da nova lei é criticado por
arquitetos- que questionam a
capacidade da prefeitura em implantar as medidas- e por representantes do setor de bares e restaurantes, que reclamam das exigências para funcionamento.
"É uma nova concepção de controle do uso e ocupação do solo,
uma concepção que lida com uma
realidade atual, ou seja, a mistura
de residências e comércio em um
mesmo bairro", afirma o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano,
pesquisador do Instituto Pólis.
Porém, o arquiteto ressalta que
a prefeitura não está preparada
para lidar com os processos de
controle urbano que a proposta
exige. "Para o projeto sair do papel, a administração pública vai
ter que se reestruturar."
A arquiteta Regina Monteiro,
do Defenda São Paulo, também
questiona a capacidade da prefeitura em implementar e fiscalizar
estabelecimentos segundo os critérios de incomodidade. "Se com
as leis atuais, mais objetivas, os
fiscais não dão conta, imagina
com esse monte de critérios? O
projeto é abstrato, prevê critérios
que são parâmetros transitórios."
O secretário de Planejamento,
Jorge Wilheim, admite que a fiscalização poderá ser melhor ou
pior, dependendo das condições
da prefeitura, mas defende que o
trabalho não cabe apenas ao poder público e sim aos cidadãos.
"A prefeitura estará sempre tentando melhorar a fiscalização.
Mas não acho que a transgressão
das normas seja uma tendência
inevitável. O que a prefeitura propõe são medidas civilizadoras e de
muito bom senso."
O projeto também sofrerá pressão na Câmara para ser alterado,
pois afeta os estabelecimentos comerciais atualmente em funcionamento. "Quem já está funcionando poderá continuar, mas terá
que se adaptar às novas normas",
explica o secretário.
Segundo o advogado Percival
Maricato, consultor da ABREDI
(Associação de Bares e Restaurantes Diferenciados de São Paulo), as regras deveriam valer apenas para os novos estabelecimentos. O advogado afirma que as
empresas existentes possuem direito adquirido. "Hoje, muito do
barulho vem das ruas, e não dos
bares. Somos a favor de campanhas de conscientização, de ensinar as pessoas a não estacionar
em frente a garagens, a não fazer
barulho na rua, não comprar bebida dos vendedores das calçadas,
por exemplo."
(SI)
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