São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Grupo troca mercado por teatro em PE Rodrigo Lobo/"Jornal do Commercio" Famílias de sem-teto em teatro de Cabo de Santo Agostinho (PE), invadido ontem depois de o grupo deixar o mercado municipal FÁBIO GUIBU DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE Os sem-teto que há nove dias invadiram a área onde funcionava o mercado municipal de Cabo de Santo Agostinho (região metropolitana de Recife) deixaram ontem o local e tomaram o teatro Barreto Júnior, que também é administrado pela prefeitura. Segundo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que coordenou as ações, a troca foi motivada pelo risco de desabamento do antigo mercado, afetado pela chuva. Parte do teto já havia desabado na segunda à noite, ferindo levemente duas pessoas. No dia seguinte, outra parte da construção ameaçou ruir. Os sem-teto decidiram então deixar o local, que foi isolado logo depois pelos bombeiros. Na madrugada de ontem, o grupo -formado por cerca de cem pessoas- abandonou a área e invadiu o teatro municipal, que fica a 200 metros do mercado. Segundo o MTST, o teatro estava fechado para reformas havia um ano, e as obras ainda não haviam sido iniciadas. A prefeitura confirmou que o prédio seria reformado, mas afirmou que o imóvel "funcionava normalmente". O secretário de Assuntos Jurídicos do município, Júlio Cesar Corrêa, disse que os invasores quebraram uma janela lateral e arrombaram a porta principal para tomar o teatro. "Existem equipamentos de iluminação instalados e há risco de depredação." Os sem-teto estão alojados no palco, nas cadeiras e na galeria de exposições. O cadeado da entrada foi substituído para impedir o acesso de pessoas desautorizadas pelo movimento. A prefeitura já pediu a reintegração de posse, mas os sem-teto afirmaram que resistirão a uma eventual tentativa de despejo pela polícia. O grupo de invasores é o mesmo que tentou entrar na sede da Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho, na segunda-feira passada. A Polícia Militar impediu o acesso. Não houve confronto. Texto Anterior: Alencar propõe 1 milhão de casas populares Próximo Texto: Minas: Tijolo "ecológico" é usado em casa popular Índice

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