São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2004

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BLOQUEIO FURADO

Jornalistas usaram aparelhos dentro da unidade 1 do presídio, reinaugurada depois de reforma de R$ 2,2 milhões

Após obra, celular ainda funciona em Bangu

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar da existência de bloqueadores, é possível o uso de celulares em áreas do presídio de segurança máxima Bangu 1 (zona norte do Rio), reinaugurado ontem pelo governo do Estado.
Jornalistas autorizados a entrar em Bangu 1 para acompanhar a inauguração das obras feitas na penitenciária conseguiram falar em telefones celulares dentro da portaria principal do presídio.
Nesse momento, o subsecretário estadual de Administração Penitenciária, Aldney Peixoto, estava com as equipes de reportagem. Ele disse que, pela localização das antenas, os bloqueadores só interrompem o sinal nas galerias onde estão as celas e no acesso a elas. Um portão de ferro separa a portaria do acesso às galerias.
Fotógrafos foram até as galerias, mas, antes de entrarem no pátio interno, foram obrigados a deixar seus celulares na portaria, impossibilitando checar se os bloqueadores impediriam de fato o uso de telefones celulares.
Os presídios Bangu 2, 3 e 4 também têm bloqueadores de celulares, instalados depois da descoberta de que líderes presos de facções criminosas davam ordens a comparsas de dentro da cadeia.
O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que Bangu 1 é mais seguro do que a penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes (interior de São Paulo), onde estão presos vários líderes de facções, entre eles o traficante fluminense Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Segundo Santos, o presídio carioca dispõe agora 72 câmeras, enquanto a unidade paulista possui 40, de acordo com ele.
Disse que as novas câmeras possuem um zoom que permite que se visualize, de perto, uma pessoa a 300 m de distância. Os aparelhos, à prova de balas, monitoram os presos 24 horas por dia. As imagens são repassadas para um centro de monitoramento.
Segundo Astério, a partir de ontem, as portas das celas passaram a ser pneumáticas (abrem e fecham por meio de um sistema eletrônico), enquanto em Presidente Bernardes só há tranca eletrônica.
Santos afirmou ainda que cada galeria de Bangu 1 (são 4) é controlada por um policial, que não é visto pelos presos. O secretário citou ainda que presos e advogados ficarão separados por um vidro blindado e só poderão, a partir de agora, se comunicar por interfone. As novas obras foram orçadas em R$ 2,2 milhões. Todo o dinheiro veio do Estado.


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