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BLOQUEIO FURADO
Jornalistas usaram aparelhos dentro da unidade 1 do presídio, reinaugurada depois de reforma de R$ 2,2 milhões
Após obra, celular ainda funciona em Bangu
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar da existência de bloqueadores, é possível o uso de celulares em áreas do presídio de segurança máxima Bangu 1 (zona
norte do Rio), reinaugurado ontem pelo governo do Estado.
Jornalistas autorizados a entrar
em Bangu 1 para acompanhar a
inauguração das obras feitas na
penitenciária conseguiram falar
em telefones celulares dentro da
portaria principal do presídio.
Nesse momento, o subsecretário estadual de Administração Penitenciária, Aldney Peixoto, estava com as equipes de reportagem.
Ele disse que, pela localização das
antenas, os bloqueadores só interrompem o sinal nas galerias onde
estão as celas e no acesso a elas.
Um portão de ferro separa a portaria do acesso às galerias.
Fotógrafos foram até as galerias,
mas, antes de entrarem no pátio
interno, foram obrigados a deixar
seus celulares na portaria, impossibilitando checar se os bloqueadores impediriam de fato o uso de
telefones celulares.
Os presídios Bangu 2, 3 e 4 também têm bloqueadores de celulares, instalados depois da descoberta de que líderes presos de facções criminosas davam ordens a
comparsas de dentro da cadeia.
O secretário de Administração
Penitenciária, Astério Pereira dos
Santos, disse que Bangu 1 é mais
seguro do que a penitenciária de
segurança máxima de Presidente
Bernardes (interior de São Paulo),
onde estão presos vários líderes
de facções, entre eles o traficante
fluminense Luiz Fernando da
Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
Segundo Santos, o presídio carioca dispõe agora 72 câmeras,
enquanto a unidade paulista possui 40, de acordo com ele.
Disse que as novas câmeras possuem um zoom que permite que
se visualize, de perto, uma pessoa
a 300 m de distância. Os aparelhos, à prova de balas, monitoram
os presos 24 horas por dia. As
imagens são repassadas para um
centro de monitoramento.
Segundo Astério, a partir de ontem, as portas das celas passaram
a ser pneumáticas (abrem e fecham por meio de um sistema eletrônico), enquanto em Presidente
Bernardes só há tranca eletrônica.
Santos afirmou ainda que cada
galeria de Bangu 1 (são 4) é controlada por um policial, que não é
visto pelos presos. O secretário citou ainda que presos e advogados
ficarão separados por um vidro
blindado e só poderão, a partir de
agora, se comunicar por interfone. As novas obras foram orçadas
em R$ 2,2 milhões. Todo o dinheiro veio do Estado.
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