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Nove são presos após depredações no Pará
Um dos nove detentos libertados durante invasão à delegacia de Viseu (368 km de Belém) foi recapturado ontem
Polícia disse ter encontrado armas, drogas e uma geladeira roubada com os suspeitos de participação nos ataques à cidade
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Nove pessoas foram presas
sob suspeita de participação
em ataques a prédios públicos
de Viseu (368 km de Belém),
ocorridos anteontem após a
morte de um adolescente de 17
anos por um policial militar.
O fórum e a delegacia da cidade foram depredados e incendiados. Um dos nove detentos
libertados durante o tumulto
foi recapturado ontem.
Com os suspeitos de participação nos ataques, a maior parte jovens de 18 a 25 anos, a polícia disse ter encontrado armas,
drogas e uma geladeira roubada durante o tumulto.
Embora ainda houvesse ontem em Viseu reforço de 80 policiais militares e 15 civis, a cidade voltou ao normal, segundo o governo do Pará.
Durante toda a tarde de ontem, contudo, a reportagem
não conseguiu contato telefônico superior a cinco minutos
com moradores. Eles disseram
que o sistema de comunicação
estava precário e que não havia
energia elétrica. O governo disse não saber se os problemas
são resultado das depredações.
Segundo o governo paraense,
os ataques foram promovidos
por cerca de 70 pessoas e duraram três horas. Primeiro, houve invasão e saques na delegacia, que foi incendiada. Depois,
o grupo foi até o fórum, que foi
incendiado. O vandalismo se
estendeu à casa do juiz da cidade, que fugiu com o promotor
em um helicóptero da PM.
O secretário da Segurança do
Pará, Geraldo José de Araújo,
reafirmou ontem a versão do
governo de que a morte de Joelson da Silva Souza, 17, na segunda, se deu após uma briga
com um PM, durante busca a
foragidos da delegacia.
Contudo, o promotor José
Edvaldo Sales afirmou que
amigos e parentes do rapaz deram a ele uma versão diferente.
Segundo esses relatos, Souza
jogava futebol com três amigos
quando foram abordados por
policiais à paisana. Os PMs levaram apenas Souza a um lugar
afastado e deram um tiro nele,
disseram as testemunhas.
O laudo sobre o tiro não foi
concluído, mas já se sabe que
atingiu a cabeça do rapaz.
Os PMs estão afastados e serão investigados.
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