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Gestão Kassab libera a propaganda em 9.800 locais da cidade
Dois anos e meio após o início da Lei Cidade Limpa, empresas poderão fazer publicidade em abrigos de ônibus e relógios de rua
Empresas que vencerem as concorrências terão direito de explorar a publicidade em regime de concessão; contratos são de R$ 2,4 bi
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois anos e meio após o início da Lei Cidade Limpa, o prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab (DEM), decidiu liberar
propaganda em abrigos para
pontos de ônibus. Resolveu
também triplicar o número de
relógios de rua, onde hoje já é
permitido haver publicidade.
A licitação para a exploração
publicitária nos relógios será
aberta amanhã com uma consulta pública. A dos abrigos, até
o mês que vem.
No total serão até 1.000 relógios e 8.800 abrigos de ônibus.
Quando houve a restrição à publicidade, São Paulo tinha cerca
de 8.000 outdoors cadastrados
e outros 7.000 irregulares, segundo estimativas da prefeitura, além da propaganda em 320
relógios de rua e 1.350 abrigos
em pontos de ônibus.
As empresas que vencerem
as concorrências poderão explorar a publicidade em regime
de concessão (por 16 anos no
caso dos relógios e, provavelmente, 20 anos no dos abrigos).
Com as licitações, a prefeitura espera arrecadar ao menos
R$ 2,4 bilhões durante a vigência dos contratos, sendo que a
maior parte desse valor será paga em equipamentos (novos
abrigos de ônibus e relógios).
Em dinheiro mesmo, a administração deve obter cerca de
R$ 122 milhões.
A receita da prefeitura com
impostos dos outdoors era de
cerca de R$ 3 milhões por ano.
Exceção
A Lei Cidade Limpa já previa
que a única exceção à propaganda nas ruas seria no chamado mobiliário urbano. Mas até
então Kassab admitia apenas
manter a propaganda nos relógios. Quanto aos abrigos de ônibus, ele dizia não estar convencido, pois poderia haver a volta
da poluição visual.
A prefeitura diz que técnicos
da Emurb (Empresa Municipal
de Urbanização), que vai gerenciar o projeto, fizeram simulações em computador sobre como ficarão os locais de maior
incidência de propaganda. E
concluiu-se que o impacto visual não será grande.
O problema agora é fechar a
equação financeira do contrato. No caso dos relógios, a questão está resolvida: serão 850 relógios em até dois anos (incluindo a substituição dos
atuais 320) e outros 150 ficarão
em uma reserva técnica para o
caso de serem abertas novas
avenidas ou caso haja necessidade de ampliar a cobertura em
outros locais, sempre a critério
da prefeitura.
Para cada relógio instalado a
empresa pagará no mínimo
R$ 750 por mês ao município.
Abrigos
No caso dos abrigos, o cálculo
é mais complicado. Apesar de
serem mais equipamentos, o
custo de instalação, manutenção e operação é mais alto,
principalmente por causa da
depredação, atualmente em
15% ao ano. Ou seja, além dos
mais de R$ 500 milhões com a
instalação dos novos abrigos, a
empresa gastará três vezes isso,
ao longo do contrato, para repor as peças destruídas. Os relógios, por exemplo, têm índice
de depredação perto de zero.
Assim, técnicos da Emurb estimam que a licitação dos abrigos de ônibus não deve render
nada em dinheiro para a prefeitura. Em compensação, o governo não teria de gastar para
instalar os equipamentos, além
de "ganhar" a manutenção.
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