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CNBB contesta ação que pede
a revisão do ensino religioso
Especialistas divergem sobre benefícios do ensino da disciplina
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
defendeu o ensino religioso
nas escolas públicas de forma "confessional plural"
-ou seja, ligado a uma crença religiosa, mas abordando
outras religiões- e disse que
ele é constitucional.
Para d. Filippo Santoro,
coordenador da Pastoral do
Ensino da CNBB no Rio de Janeiro, o método confessional
plural "admite todos os credos reconhecidos".
O tema voltou à pauta depois que a vice-procuradora-geral da República, Deborah
Duprat, entrou com ação direta de inconstitucionalidade pedindo que o ensino religioso confessional e os professores representantes de
qualquer religião sejam proibidos em escolas públicas.
A ação ainda não tem data
para ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
Na ação, a vice-procuradora alega que, como o Estado
brasileiro é laico, as aulas deveriam expor doutrinas, práticas, história e dimensões
sociais das diferentes religiões -e do ateísmo.
Cada Estado tem autonomia para definir seus currículos, mas o ensino religioso é
necessariamente facultativo.
Rio de Janeiro e Bahia são os
únicos a adotar em suas leis
posição igual à da CNBB.
Para a doutora em psicologia escolar Luciana Valore,
quando se mantém a neutralidade diante de todas as posições religiosas, a aula é positiva para o aluno.
Já a doutora em educação
Iraíde Barreiro acha que a escola não deve ensinar religião. "A escola acaba enfatizando a questão religiosa ou
moral", afirma.
(CRISTINA MORENO DE CASTRO)
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