São Paulo, sábado, 07 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CNBB contesta ação que pede a revisão do ensino religioso

Especialistas divergem sobre benefícios do ensino da disciplina

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) defendeu o ensino religioso nas escolas públicas de forma "confessional plural" -ou seja, ligado a uma crença religiosa, mas abordando outras religiões- e disse que ele é constitucional.
Para d. Filippo Santoro, coordenador da Pastoral do Ensino da CNBB no Rio de Janeiro, o método confessional plural "admite todos os credos reconhecidos".
O tema voltou à pauta depois que a vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, entrou com ação direta de inconstitucionalidade pedindo que o ensino religioso confessional e os professores representantes de qualquer religião sejam proibidos em escolas públicas.
A ação ainda não tem data para ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal.
Na ação, a vice-procuradora alega que, como o Estado brasileiro é laico, as aulas deveriam expor doutrinas, práticas, história e dimensões sociais das diferentes religiões -e do ateísmo.
Cada Estado tem autonomia para definir seus currículos, mas o ensino religioso é necessariamente facultativo. Rio de Janeiro e Bahia são os únicos a adotar em suas leis posição igual à da CNBB.
Para a doutora em psicologia escolar Luciana Valore, quando se mantém a neutralidade diante de todas as posições religiosas, a aula é positiva para o aluno.
Já a doutora em educação Iraíde Barreiro acha que a escola não deve ensinar religião. "A escola acaba enfatizando a questão religiosa ou moral", afirma.
(CRISTINA MORENO DE CASTRO)


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.