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Motoboy voltou sem abordagem da PF
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
em Alvear (Argentina)
O motoboy Francisco de Assis
Pereira entrou no país sem ser
abordado pela Polícia Federal na
fronteira do Rio Grande do Sul
com a Argentina. Depois, ficou
ainda quatro dias em liberdade.
"Não tenho nada a declarar sobre isso. Qualquer um pode passar
onde quiser. O rio (Uruguai) não
tem patrulhamento permanente",
disse ontem, antes de desligar o telefone, o delegado da PF em Uruguaiana (RS), Miguel Angelo Pelicel, principal autoridade da Polícia
Federal na região oeste gaúcha.
Pereira, que estava foragido havia 23 dias, foi preso pela Brigada
Militar (a Polícia Militar do Rio
Grande do Sul) na última terça-feira, após ter sido reconhecido pelo
pescador João Carlos Dorneles Vilaverde, de Itaqui (RS), como o
suspeito de ser o maníaco do parque do Estado.
A família argentina que hospedou Francisco de Assis Pereira disse que ele deixou a cidade de Alvear na tarde de sexta-feira da semana passada, cumprindo os trâmites legais.
Identificação
Ou seja, ele se identificou no
posto da Marinha argentina antes
de pegar a balsa para Itaqui, a cidade gaúcha no outro lado do rio
Uruguai. A travessia é feita por
2,50 pesos (US$ 2,50).
A relação de passageiros que
saem da Argentina é trazida pelo
comandante da balsa para as autoridades da aduana brasileira.
Embora a família do pescador
Luis Carlos Otazo diga que Pereira
saiu pela via legal, os agentes que
trabalham no porto do país vizinho afirmaram que o nome do rapaz não consta da relação dos passageiros.
O inspetor da Receita Federal em
Itaqui Ricardo Medeiros disse ter
examinado a mochila de um homem que, supõe, era Pereira. A
Receita Federal se preocupa com
os objetos que as pessoas levam e
trazem e não com a documentação pessoal.
Medeiros disse que achou o homem que supõe ser o motoboy um
sujeito um tanto estranho, mas
não o associou às fotos divulgadas
pela imprensa. "Nas fotos, ele parecia ser branco", disse o inspetor
sobre a tez de Pereira, que é moreno e deixou também crescer um
cavanhaque.
Pereira disse, em entrevistas, ter
atravessado o rio em um barco,
não especificando se era uma lancha ou uma balsa do serviço regular, controlado pela Marinha dos
dois países, ou um bote ou caíque
de algum pescador.
As autoridades não descartam a
hipótese de o rio ser atravessado a
nado, à noite, por alguém que
queira passar incólume. O Uruguai, na altura de Itaqui e Alvear,
tem cerca de 300 metros de largura
e 80 metros de profundidade.
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