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Mulher de 60 tenta parar, mas não consegue
DA REPORTAGEM LOCAL
Odete Sinquevi de Lima, 60,
de São Paulo, já perdeu o pai e
dois irmãos vítimas dos problemas causados pelo cigarro.
Dois outros estão com seqüelas
de infartos e derrames, também com o tabaco como suspeita. Há pouco mais de dois
anos quase aumentou a estatística familiar com um infarto.
"O que mais tenho é força de
vontade e vontade de parar.
Mas não consigo", diz em resposta aos conselhos que ouve.
Impotente diante de um problema que não consegue abandonar sozinha, a ex-copeira,
busca ajuda especializada no
Incor. E também não encontra
situação fácil por lá.
Após ficar na fila do instituto
por quase um ano, ela perdeu o
dia da entrevista e voltou para o
final dela -que supera hoje um
ano. "São muitos exames, médicos, acabei perdendo. Até
chorei. Eu preciso parar e muito. Nunca me fez bem", afirma.
O dilema de dona Odete, que
não tem plano de saúde nem
renda para tratamento particular, é não poder tentar suspender, sem ajuda, o consumo de
40 anos de cigarro. Devido ao
problema do coração não pode
"passar nervoso" nem "ansiedade", dois dos sintomas da
abstinência. "Nenhum médico
antes me encaminhou para nada. Só ficavam bravos e diziam
que eu precisava parar."
Seu medo agora, conta, é não
conseguir chegar à nova entrevista sem sofrer novo infarto.
Ela fuma 15 cigarros por dia, ao
lado do marido, que de acordo
com ela fuma 40. O pai "comia
cigarro" e a mãe fumava pouco,
mas tinha o vício. Dos seis irmãos, apenas um deles não fumou.
Por isso, dona Odete diz dar
graças à Deus porque o filho
não fuma e não bebe.
(RP)
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