São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Mulher de 60 tenta parar, mas não consegue

DA REPORTAGEM LOCAL

Odete Sinquevi de Lima, 60, de São Paulo, já perdeu o pai e dois irmãos vítimas dos problemas causados pelo cigarro. Dois outros estão com seqüelas de infartos e derrames, também com o tabaco como suspeita. Há pouco mais de dois anos quase aumentou a estatística familiar com um infarto. "O que mais tenho é força de vontade e vontade de parar. Mas não consigo", diz em resposta aos conselhos que ouve.
Impotente diante de um problema que não consegue abandonar sozinha, a ex-copeira, busca ajuda especializada no Incor. E também não encontra situação fácil por lá.
Após ficar na fila do instituto por quase um ano, ela perdeu o dia da entrevista e voltou para o final dela -que supera hoje um ano. "São muitos exames, médicos, acabei perdendo. Até chorei. Eu preciso parar e muito. Nunca me fez bem", afirma.
O dilema de dona Odete, que não tem plano de saúde nem renda para tratamento particular, é não poder tentar suspender, sem ajuda, o consumo de 40 anos de cigarro. Devido ao problema do coração não pode "passar nervoso" nem "ansiedade", dois dos sintomas da abstinência. "Nenhum médico antes me encaminhou para nada. Só ficavam bravos e diziam que eu precisava parar."
Seu medo agora, conta, é não conseguir chegar à nova entrevista sem sofrer novo infarto. Ela fuma 15 cigarros por dia, ao lado do marido, que de acordo com ela fuma 40. O pai "comia cigarro" e a mãe fumava pouco, mas tinha o vício. Dos seis irmãos, apenas um deles não fumou.
Por isso, dona Odete diz dar graças à Deus porque o filho não fuma e não bebe. (RP)

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