Rafael Andrade/Folha Imagem

Corredores sobem a avenida Niemeyer, em São Conrado, durante a meia-maratona do Rio; 26% dos participantes eram de SP

DA SUCURSAL DO RIO

Ao chegar à praia de São Conrado, zona sul do Rio, o advogado Daniel Monteiro, 30, tinha atrás de si duas noites mal dormidas. A dona de casa Nancy Mesquita Veloso, 56, uma fibromialgia que causava dores que nem remédios controlavam. À frente, o desafio que os aguardava era o mesmo: percorrer os 21.097 metros que os separavam da chegada da Meia-Maratona Internacional do Rio de Janeiro, no Aterro do Flamengo. Em comum, os dois são de São Paulo, como quase 4.500 dos 17 mil corredores.
Em sua 13ª edição, a prova foi dominada pelos quenianos. Entre os homens, o vencedor foi Elias Kemboi, com 1h02. No feminino, Eunice Kirwa, com 1h14.
Atrás deles, uma massa de amadores. A competição teve número recorde de inscritos - 26% deles eram de São Paulo. O percentual só não foi maior do que o de fluminenses, de 37% (cerca de 6.400).
Integrante de um grupo de corrida da zona leste de SP, Monteiro fez a prova em 1h39min, mesmo depois das noites insone. Na madrugada de sábado, a culpa foi do ônibus; na de domingo, da falta de colchões no local que alugou com 11 amigos.
"Fiquei num colchonete que parecia que estava direto no chão", afirmou. "Foi que nem no Exército: cada um dormia duas horas e vinha outro render", disse Márcio Diniz, 39, também do grupo.
A metros dali, estava Nancy, que se livrou das dores desde que começou a correr. Ela elogiou a paisagem. "Ser na cidade maravilhosa deixa tudo melhor."


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