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OPINIÃO
Atualização dos padrões revelaria uma situação fora de controle
EVANGELINA VORMITTAG
ESPECIAL PARA A FOLHA
PAULO SALDIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
São Paulo está longe de
uma situação ambiental satisfatória da poluição do ar,
ao contrário do que afirmam
na mídia, por vezes, os especialistas de chapa branca.
Em 1997, os EUA regulamentaram em 15 microgramas por metro cúbico o padrão anual de qualidade do
ar para a concentração média de material particulado
fino (que fazem parte da poeira que está no ar).
A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda o
padrão de 10 microgramas.
Isso porque os cientistas
descobriram que as partículas mais fininhas -cancerígenas e originadas na queima de diesel e gasolina- são
as que interessam como referência de qualidade do ar.
Em grandes cidades americanas, dados mostram níveis médios anuais de poeira
fina menores que 15 microgramas por metro cúbico.
Em São Paulo, as concentrações médias medidas pela
Cetesb estão próximas ou acima de 20 microgramas por metro cúbico.
Elevada em relação ao padrão dos EUA e mais que o dobro do padrão da OMS.
Em suma, quando o governo mostra o painel da agência ambiental com luzinhas
verdes e amarelas piscando alegremente, representando
a qualidade do ar nos diversos pontos de monitoramento da cidade de São Paulo e
do interior, ele está utilizando padrões desatualizados.
A atualização dos padrões de qualidade utilizados pelo
governo mudaria a bizarra retórica oficial de que a situação está sob controle.
EVANGELINA VORMITTAG é presidente da ONG Saúde e Sustentabilidade.
PAULO SALDIVA é pesquisador da USP.
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