São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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Interdição muda rotina no parque da Aclimação

Trabalho obstrui parte da pista de cooper, obrigando a dar meia-volta

"Bloqueio quebra o meu ritmo", diz corredora; "Volto tranquilamente, porque sei que a obra é importante", diz outra

RAPHAEL VELEDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As obras de recuperação do lago do parque da Aclimação (zona sul de São Paulo) geraram controvérsia e algumas queixas entre frequentadores da pista de cooper que circunda o espelho d'água.
Iniciados na sexta-feira, os trabalhos bloquearam um trecho da pista, obrigando os usuários a dar meia-volta para completar o trajeto total, de 1 km. Na obra, a prefeitura está substituindo um equipamento destruído pelas chuvas em fevereiro de 2009, o que esvaziou o lago.
Tapumes interditam o trecho da pista que passa em frente ao clube-escola.
"Vou procurar outro lugar para correr", lamentou ontem a publicitária Ana Rita Conceição, 28. "Venho aqui cinco vezes por semana. Fica do lado da minha casa, mas meço meu desempenho pelo número de voltas, e esse bloqueio quebra o meu ritmo", reclamou. "Não é possível que a construtora não pudesse fazer um desvio."
Segundo a prefeitura, porém, a obra requer a retirada de todo o asfalto e a escavação da barragem naquele ponto. Até parte da arquibancada do campo de futebol foi demolida.
A psicóloga Vanessa Costa, 37, não vê problemas em dar meia-volta quando chega ao tapume. "Eu retorno tranquilamente, porque sei que é uma obra importante", disse.
"Espero que coloquem mais peixes quando terminarem essa obra", disse a estudante Jussara Açairana, 26, que estranhou a movimentação de máquinas e operários. "É pena que tiveram que fechar parte da pista. Acho que desestimula quem corre."
A previsão é que a pista seja entregue à população em cinco meses, com o novo vertedouro que vai escoar a água excedente do lago. A obra custará R$ 600 mil.
Frequentador do parque desde a infância, o aposentado Josemir Duarte, 53, acompanhava o trabalho dos operários na tarde fria de ontem.
"Já era hora de uma solução definitiva para esse problema. O triste é que as intervenções são sempre corretivas, em vez de preventivas."


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