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Governo federal confirma reações à vacina da raiva
Ministério da Saúde, que havia negado problemas, emitiu nota de alerta
Lote suspeito foi usado
nas cidades de São
Paulo e Guarulhos e
provocou complicações
em cachorros e gatos
RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO
Uma nota técnica do Ministério da Saúde confirmou
o alto índice de complicações
em animais vacinados contra
a raiva no Estado de SP.
O material, divulgado a
profissionais do setor e obtido pela Folha, diz que o lote
n.º 59/10 foi o único usado
em São Paulo e Guarulhos,
onde os casos de reações adversas se concentram.
Há duas semanas, o ministério disse que não havia problemas com a vacina e que a
campanha -suspensa no Estado em 20 de agosto após
mortes de sete animais- deveria continuar.
Procurado ontem, não comentou a nota técnica e informou que detalhes serão
divulgados nesta semana.
Estudo feito pelas secretarias estadual e municipal de
Saúde aponta que o número
de complicações em cães e
gatos na cidade de São Paulo
foi 177 vezes maior em 2010
do que no ano passado.
Em 2009, 53 reações foram
registradas, uma incidência
de 0,05 casos a cada mil doses. Agora, passou para 2.198
reações, o que representa
8,88 a cada mil. No interior, o
índice é de 1,13 a cada mil.
A vacina, produzida pelo
laboratório Biovet, está sendo usada pela primeira vez
na rede pública.
Uma investigação dos casos deve ser concluída em 15
dias. Até lá, a secretaria estadual decidiu manter a campanha suspensa.
Em todo o Estado, 2.627
animais imunizados tiveram
reações adversas associadas,
sendo 1.903 gatos, 713 cães e
11 em processo de identificação. Desses, 66 morreram.
LABORATÓRIO
O Biovet informou que a
qualidade da vacina foi comprovada em testes feitos pelo
Laboratório Nacional Agropecuário, ligado ao Ministério da Agricultura, e que está
realizando análises internas.
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