São Paulo, quarta-feira, 07 de setembro de 2011

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ANÁLISE

Imagem negativa pode colocar em risco a consolidação do sistema para os usuários

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

A principal justificativa para a queda de aprovação ao metrô é a superlotação -que ultrapassa 7 pessoas espremidas por m˛ nos picos até na antes confortável linha 2-verde, que acumulava menos de 4 por m˛ meia década atrás.
A disparada de passageiros ocorreu num ritmo superior ao da expansão de novas linhas. O efeito previsível era a deterioração do conforto. E, operando no limite, de mais riscos de atrasos e esperas.
Tudo isso já era motivo de preocupação desde 2005, quando houve a integração do bilhete único municipal com a rede sobre trilhos. Numa condição atípica, hoje a tarifa dos ônibus (R$ 3), lentos e lotados, é mais cara que a do metrô (R$ 2,90).
O aspecto positivo é que, na prática, há mais gente usando um bem público caro para construir e para manter. Um ponto negativo é que, além do desconforto, reflete a infraestrutura deficiente.
A solução repetida por especialistas é acelerar a construção de linhas de metrô para redistribuir os passageiros e aliviar a superlotação (e trens para baixar as esperas).
O problema é que não adianta expandir um sistema de transporte se ele se tornar rejeitado pela população. O metrô sempre foi a esperança de atração de usuários de carro ao transporte coletivo.
O perigo é consolidar uma imagem negativa, difícil de reverter, como a dos ônibus. Daí a desculpa de quem não deixa o automóvel na garagem não será mais a falta de metrô, mas a falta de qualidade.


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