São Paulo, segunda, 7 de setembro de 1998

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Vítima sonhava ser obreira

da Reportagem Local

Ana Germana Rafael, 38, morta anteontem no desabamento do templo da Igreja Universal do Reino de Deus, em Osasco, frequentava a igreja desde o início de 1996.
Antes de se converter à nova religião, Ana e sua irmã Ângela Aparecida Rafael eram católicas.
De acordo com Ângela, ambas frequentavam as reuniões na igreja sempre juntas. "Íamos cantando com fervor", disse.
Ana trabalhava no comércio de Osasco vendendo presilhas, mas estava desempregada havia vários meses, segundo Ângela.
Depois que perdeu o emprego, Ana passou a colaborar com a igreja fazendo pregações do evangelho a outras pessoas.
"Seu sonho era um dia se tornar obreira da igreja", disse Cristiane Rafael, 19, filha de Ana, que também participava da vigília no dia do desabamento.
Outros desejos de Ana, segundo a irmã, eram juntar dinheiro para comprar um Monza vermelho e sua própria casa, pois morava nos fundos da casa de seu pai.
Cristiane e sua irmã, Aparecida de Fátima Rafael, 15, estavam ao lado da mãe no momento do acidente, mas escaparam com vida. Cristiane teve apenas arranhões nos braços e Aparecida um ferimento na testa.
Apesar de triste, Ângela disse estar consolada com a morte da irmã. "Pelo menos, ela morreu buscando Deus. Pior seria se ela tivesse morrido num acidente, na rua. Agora a gente sabe que ela está com Deus", disse.



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